Uma iniciativa pioneira na indústria da saúde
21/06/2012
O 1º Cimes foi um evento promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratório (Abimo), em parceria com a Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica (Protec), que aconteceu em abril, com o patrocínio da ABDI e SEBRAE e com o apoio do CNPq, CAPES, Ministério da Saúde e Ministério
da Ciência e Tecnologia. O congresso teve o desafio de buscar soluções para impulsionar a indústria do setor, já que o mercado de artigos e equipamentos para saúde aumentou em 307% seu faturamento nos últimos dez anos. Porém, este ciclo de bonança está ameaçado, pois o déficit comercial já chegou aos US$ 3,1 bilhões, apenas no que se refere ao setor de equipamentos e materiais uti lizados em hospitais, laboratórios e também no setor odontológico. No intuito de mobilizar o setor para reverter esse quadro, o Cimes estimulou a colaboração entre os integrantes do Complexo Industrial da Saúde, com a participação, em um rico debate, entre profissionais de P&D e inovação da cadeia produtiva, representantes do governo e de agências de fomento, pesquisadores de universidades entre outros. Os temas em destaque foram o papel das encomendas governamentais e das compras públicas no estímulo à produção e à inovação; os entraves provocados pela alta carga tributária e a lentidão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aprovar os produtos; e as tendências tecnológicas do setor. O programa abrangeu ainda sessões temáticas, com foco no desenvolvimento de parcerias. O Diretor da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Zich Moysés Júnior, afirmou durante o encontro que o governo estuda propostas para regular as margens de preferência previstas na Lei 12349/2010 para compras do setor de equipamentos médicos para o SUS. Segundo ele, o crescimento populacional, a transição demográfica com envelhecimento da população, o aumento da renda e os avanços tecnológicos do setor aumentarão a demanda e o consumo em saúde, o que fará crescer também o déficit da balança comercial do setor. Para equilibrar esse cenário, Moysés afirmou que o governo fará uso de seu poder de compras públicas, por meio de parcerias vinculadas a demandas específicas e margens de preferência, dividias em grupo, utilizando-se da lei citada acima. No primeiro grupo estariam os produtos produzidos nacionalmente, e que sofrem concorrência predatória e que teriam até 25% de margem (como luvas, seringas, equipos, etc.). No segundo grupo, produtos produzidos nacionalmente e com integração produtiva mínima de 60%, com até 20% de margem; e no terceiro, produtos montados no Brasil, com 5% de margem restrita a dois anos. Concluiu informando que o lançamento das propostas para essas margens deve acontecer no início de segundo semestre e que o uso atual do poder de compra públicas para a Saúde é de R$ 4 bilhões/ano. Já o Diretor de Healthcare na América Latina da consultoria americana Frost & Sullivan, Eduardo Golisano, expôs durante o evento que o Brasil está se tornando o foco das oportunidades dentro da indústria da saúde, afirmando que os investi mentos nessa área deverão crescer por volta de 30% nos próximos três anos e que o Brasil será o sexto mercado global em Saúde. Segundo Golisano, o mercado dos cuidados para a saúde evoluiu para se tornar uma indústria de serviços, cada vez mais interativos. “Esse cenário tira um pouco dos procedimentos e responsabilidades que antes eram do domínio apenas dos profissionais e coloca-os nas mãos dos pacientes, como por exemplo, monitoramento de glicose, gordura e de pressão em casa”, explicando que a homecare é mais uma das grandes tendências mundiais em saúde. Com relação às inovações tecnológicas usadas nos cuidados com a Saúde, Golisano citou o aumento da utilização de aplicativos para telefones e tablets com softwares de gestão de pacientes e destacou que com a consolidação da banda larga no mundo, tecnologias baseadas na internet vão se proliferar nas áreas de telessaúde, softwares e aplicativos. Para o especialista, o Brasil e o restante da América Lati na serão os destinos prioritários dos investi mentos em inovação e tecnologia para a Saúde. Isso se deve também ao aumento da população de classe média, que começa a ter maior acesso aos serviços de saúde e que está disposta a pagar por essas tecnologias, até mesmo como uma forma de compensar o modo de vida moderno, que causa cada vez mais doenças. A partir desta iniciativa, se espera que o Brasil dê passos consistentes no acesso público aos serviços de saúde, no aumento da geração de empregos e no desenvolvimento econômico, por meio de uma política industrial que priorize os investimentos no setor produtivo nacional.




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