Abril Educação investe em colégios
Valor Econômico
05/07/2013

Abril Educação investe em colégios

Por Beth Koike | De São Paulo

Dentro de sua estratégia de diversificar o negócio, a Abril Educação está investindo em colégios. Ontem, anunciou a compra do Sigma, de Brasília, por R$ 130 milhões e hoje informa ao mercado a aquisição de mais uma escola por um valor semelhante, segundo apurou o Valor. A companhia já é dona do carioca p.H., adquirido por R$ 171 milhões em 2011.

"Os colégios têm uma margem operacional de 30% e servem como referência acadêmica para vendermos os sistemas de ensino", disse João Lacerda, diretor de produtos complementares da Abril Educação.

 

 

Uma das estratégias da companhia é criar apostilas com a marca de colégios de boa reputação acadêmica. Isso foi feito com o Colégio p.H., conhecido pelo alto índice de aprovação nos vestibulares do Rio, e que ganhou um sistema de ensino próprio. Segundo Lacerda, existe a intenção de fazer um trabalho semelhante com o Sigma, cujo índice de aprovação entre seus alunos na UnB é de 83%.

Segundo estimativas do Bank of America Merrill Lynch (BoFa), caso a Abril Educação crie um sistema de ensino Sigma, a companhia poderá ter uma receita adicional de R$ 30 milhões, levando-se em consideração um público potencial de 60 mil estudantes, com tíquete médio de R$ 500.

Há boas chances de o projeto ser concretizado, uma vez que o Sigma já conta com um conteúdo acadêmico próprio para os alunos do ensino médio que é totalmente digitalizado. "Todos os estudantes do ensino médio usam tablets. Esse foi um diferencial que nos chamou muita atenção", disse Lacerda.

Os sistemas de ensino têm ainda como atrativo suas margens, que ultrapassam a casa dos 30%. Atualmente, a companhia detém marcas de apostilas com fortes atuações como Anglo, p.H., Máxi, GEO e Ser.

Com 5,1 mil estudantes e mensalidades na casa dos R$ 1,5 mil, o Sigma foi criado há 30 anos por ex-professores do Objetivo. Outro ponto inovador do Sigma é uma parceria com a UnB no Programa de Avaliação Seriada (PAS), modalidade de acesso à universidade em que os alunos do colégio fazem exames durante os três anos do ensino médio e somam pontos para tentar uma vaga no ensino superior.

Questionado sobre quantos colégios a Abril Educação pretende adquirir, Lacerda explicou que prefere não fazer estimativas porque o segmento de escolas é muito pulverizado e há poucas que se encaixam no perfil que a companhia está procurando. "Buscamos colégios voltados para os públicos das classes A e B, com excelente aprovação em vestibulares. No Brasil, há muitas escolas religiosas, mas elas estão fora do nosso foco", disse o executivo. No país, há 36,8 mil escolas particulares de educação básica, segundo dados da consultoria Hoper.

O mercado de escolas (incluindo os ensinos infantil, fundamental, médio e técnico profissionalizante) movimenta cerca de R$ 39 bilhões e conta com 8 milhões de alunos matriculados, ainda de acordo com a Hoper.

Entre 2007 e 2011, a participação das escolas privadas de educação básica cresceu 30,3%, enquanto a fatia das escolas públicas teve redução de 9,5% devido ao aumento na renda da população brasileira.

 

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