Falta de recursos inibe apetite por inovação, dizem CEOs
Valor Econômico
08/07/2013

Falta de recursos inibe apetite por inovação, dizem CEOs

Por Rafael Sigollo | De São Paulo

A inovação entrou definitivamente na agenda dos CEOs. Eles já consideram o tema tão importante para o sucesso dos negócios quanto a eficiência operacional, e cada vez mais assumem para si essa responsabilidade. Deixaram, portanto, de ser apenas "apoiadores" para se tornarem "protagonistas" desse processo. A conclusão é de um estudo com 246 presidentes de empresas de todo o mundo conduzido pela consultoria PwC (veja quadro ao lado).

De acordo com o levantamento, quase todos os CEOs afirmam que suas companhias possuem, em maior ou menor grau, "apetite por inovação" e apenas 3% não consideram esse um assunto tão relevante no mercado em que operam.

 

 

Ainda que a maioria pretenda concentrar investimentos nos próximos três anos na criação e lançamento de produtos (26%), a inovação, de maneira geral, tem sido vista de forma mais abrangente pelos executivos, passando também por modelo de negócios (17%) e a interação com os consumidores (15%). "Não se trata mais apenas de incrementar o que já existe, mas de uma ruptura", afirma Federico Servideo, sócio da PwC no Brasil.

Existe, no entanto, um descompasso entre a visão dos dirigentes e o que eles estão conseguindo realizar de fato. Na opinião deles, os três fatores que mais impedem a inovação nas companhias são a falta de recursos financeiros (43%), a cultura organizacional (41%) e a escassez de talentos (30%).

Para Servideo, a busca pela inovação sempre foi uma tarefa isolada do departamento de pesquisa e desenvolvimento, mas as companhias precisam aceitar que isso mudou. "Hoje, é fundamental que essa seja uma preocupação de todos, inserida no dia a dia. Caso contrário, há risco de perder competitividade e relevância no mercado", afirma.

Outra diferença cultural que pode inibir ou incentivar a inovação é a forma como as empresas lidam com os erros e fracassos. Segundo o consultor, organizações americanas e europeias são mais acostumadas a assumir riscos e, especialmente após a crise de 2008, viram-se obrigadas a inovar. Geralmente, as organizações latino-americanas são menos dispostas nesse sentido. "A inovação está fortemente atrelada à necessidade de crescimento. Desse modo, provavelmente as companhias brasileiras vão começar a olhar mais para isso agora, pois o país já não está mais em uma situação tão confortável", ressalta Servideo.

 

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