O setor de saúde e beleza dividiu com o de alimentação o topo da lista dos que mais cresceram em número de novos franqueadores em 2012, com 26 cada. Estudo da consultoria Rizzo Franchise, com mais de 20 anos de experiência no mercado, dá uma prévia de que, neste ano, os dois segmentos podem repetir o bom desempenho. De janeiro a junho, ambos somam 13 novos franqueadores cada, o que os mantêm na liderança.

No mesmo estudo, se for considerado o crescimento da rede franqueada, o setor de saúde e beleza fica em segundo lugar no primeiro semestre, com 722 novas unidades, passando de 19.108 para 19.830, só perdendo para negócios e serviços, que ganhou mais 873 (16.245 para 17.118).

 

Balanço da Associação Brasileira de Franchising aponta que o faturamento do setor de saúde e beleza, incluindo esporte e lazer, cresceu 21,4% em 2012, para R$ 17,865 bilhões, perdendo apenas para hotelaria e turismo (97,8%), limpeza e conservação (44,5%) e informática e eletrônicos (32,5%).

O aumento da expectativa de vida da população, a nova classe C, o crescimento do poder aquisitivo das classes D e E, o ingresso masculino nesse mercado e a maior participação da mulher no mercado de trabalho são fatores que impulsionaram esse segmento no Brasil, segundo Wlamir Bello, consultor de franquias do Sebrae-SP.

Pesquisa da consultoria Data Popular mostra que, em dez anos, os gastos das famílias brasileiras com saúde e beleza cresceram 124%, sendo metade desse montante proveniente da classe média. Para este ano, a expectativa é de que as despesas nesses itens atinjam R$ 59,3 bilhões.

Em 2012, segundo Bello, o Brasil só ficou atrás de Estados Unidos e Japão nesse setor. Mas o Brasil ocupa o topo da lista no mercado de perfumaria e desodorantes, sendo o segundo em cabelos masculinos, produtos infantis, banho, proteção solar e depilação, o terceiro em cosméticos e higiene oral e o quarto em produtos para pele.

O custo também é outro fator que contribui para o aumento das vendas. "Os preços cobrados pelo setor favorecem. Houve uma desvalorização do dólar, que também ajudou nos preços de importados", afirma Bello.

Há mais de dez anos no mercado de beleza, o microempresário Lúcio Rodrigues uniu-se a um amigo e preparou um projeto de franquias de salão de beleza que inclui um centro de treinamento para treinar a equipe. A Uau! Hair Studio nasceu no ano passado. "Nosso projeto visa unir um layout agradável, com produtos de primeira linha e um preço bacana", diz.

A primeira loja própria foi inaugurada em julho do ano passado e, em setembro, o centro de treinamento, na capital paulista. O Uau! Hair Studio abriu para franquia neste ano e, até o momento, tem três lojas próprias e duas franqueadas em vias de consolidação.

Com o objetivo de não se desviar do projeto proposto, Rodrigues busca o ponto comercial, monta a loja e entrega a chave ao franqueado. O investimento inicial é de R$ 130 mil (incluindo os R$ 40 mil de taxa de franquia), mais royalties de 7% sobre o faturamento e 2% de taxa de propaganda. A margem de lucro média é de 17%, para um faturamento que pode ir de R$ 30 mil a R$ 75 mil.

Com mais de 15 anos de experiência no mercado, a Medis Odonto também ingressou no mercado de franquias neste ano, depois de dois anos de estudos. E, com apenas uma loja própria, já ganhou 18 franqueadas só no primeiro semestre de 2013, com expectativa de fechar o ano com 60. O sucesso é atribuído ao investimento inicial relativamente baixo - R$ 35 mil de taxa de franquia, R$ 20 mil de estoque inicial, R$ 3 mil de licença para o negócio e R$ 7 mil para o depósito de produtos - e ao mercado promissor. "A pessoa deixa de comprar roupa, mas remédio, não", diz Márcio Roland, assessor da empresa.

Otimismo à parte, há alguns senões no mercado de franquias. Lúcio Rodrigues, da Uau! Hair, reclama do preço do aluguel de imóveis em São Paulo. " O metro quadrado no Itaim Bibi pode chegar a R$ 200! Ou seja, o aluguel de um salão pode ir a R$ 10 mil", desabafa.