Demanda desacelera e OdontoPrev eleva preço
Valor Econômico
01/08/2013

Demanda desacelera e OdontoPrev eleva preço

Por Beth Koike | De São Paulo

Diante do atual cenário macroeconômico com desaceleração na criação de empregos formais, a OdontoPrev mudou sua estratégia. Agora, com menos empresas concedendo o benefício do plano dental, a OdontoPrev está fortemente empenhada em reajustar preços a fim de aumentar a receita. Até então, o faturamento crescia conforme o volume de usuários, que atingiu 6 milhões no segundo trimestre.

Esse movimento pode ser observado no balanço. No primeiro trimestre, o número de usuários cresceu 6,1% e o tíquete médio avançou 4,2%. Já no segundo trimestre, houve uma inversão. A carteira de clientes aumentou só 4% (a menor taxa nos últimos 12 meses) e o valor dos planos avançou 11,6%.

"É uma mudança na nossa estratégia. Estamos sendo racionais na precificação. Não queremos carteiras sem rentabilidade", disse José Roberto Pacheco, diretor de relações com investidores da OdontoPrev. Segundo a operadora de planos dentais, há contratos com preços defasados. "A maior parte dos contratos com desvios de sinistralidade já foi equacionada através de depuração [cancelamento] de carteira ou negociação. Mas ainda temos uma série de contratos que vamos negociar no segundo semestre", disse Randal Zanetti, presidente da companhia. Segundo o executivo, as carteiras mal 'precificadas' não são apenas da Bradesco Dental, que antes da fusão com a OdontoPrev jogou os preços para baixo a fim de ganhar mercado.

Os custos de serviços da OdontoPrev cresceram em ritmo superior à receita devido ao reajuste dos honorários dos dentistas. Os custos somaram R$ 134 milhões no segundo trimestre, uma alta de 17,7%. Já a receita líquida cresceu 12%, para R$ 263 milhões. Esse descasamento, somado a uma provisão de R$ 4,3 milhões, foram os responsáveis pela queda de 6,2% no lucro líquido de R$ 39,3 milhões.

O resultado veio abaixo do estimado pelo mercado. As ações da companhia operaram ontem em queda, fechando com baixa de 4,4%. "O resultado veio menor que o esperado. O lucro líquido de R$ 39 milhões foi 14% abaixo da nossa estimativa. Houve um aumento modesto de usuários, de 2 mil, o que representa um crescimento de apenas 4%", informa relatório do Santander, assinado por Daniel Gewehr e Bruno Giardino.

 

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