Testes com pulmão artificial em humanos podem ser iniciados em cinco anos
10/08/2018
Pesquisadores do Centro Médico da Universidade do Texas implantaram pulmões desenvolvidos em laboratório em porcos adultos sem que ocorressem efeitos adversos. O resultado da pesquisa, publicada na revista Science Translational Medicine desta semana, é uma esperança para que, no futuro, pessoas que precisam de um transplante do órgão tenham mais opções e não precisem aguardar em longas filas.

Em 2014, Joan Nichols e Joaquin Cortiella, da Faculdade de Medicina da Universidade do Texas, em Galveston, foram os primeiros pesquisadores a desenvolver, com sucesso, os pulmões humanos em laboratórios de bioengenharia. Agora, eles detalham a progressão desse trabalho até chegar ao ponto atual, dos testes pré-clínicos, em que não ocorreram complicações. “O número de pessoas que desenvolveram lesões pulmonares graves aumentou em todo o mundo, enquanto o número de órgãos transplantáveis disponíveis diminuiu”, diz Cortiella.

Para produzir um pulmão manipulado pelas técnicas de bioengenharia, é necessário um suporte que atenda às necessidades estruturais do órgão. Para tanto, os pesquisadores trataram um pulmão com uma mistura especial que eliminou todas as células e o sangue do animal doador, deixando apenas as proteínas que dão a estrutura a ele. Esse molde foi, então, colocado em um tanque cheio de nutrientes e células do receptor, e a combinação foi cultivada em um biorreator por 30 dias antes do transplante.

Vasculatura

Os porcos que receberam o pulmão artificial permaneceram saudáveis e, logo após duas semanas da cirurgia, o órgão já havia estabelecido uma rede sólida de vasos sanguíneos necessários para a sobrevivência do órgão. “Não observamos sinais de edema pulmonar, que geralmente é um indício de que a vasculatura não está suficientemente madura”, diz Cortiella. “Os pulmões continuaram a se desenvolver sem a necessidade de qualquer infusão de fatores de crescimento. O próprio corpo do receptor forneceu todos os blocos de construção de que os novos órgãos precisavam.”

Segundo Nichols, o foco do trabalho foi investigar a adaptação e o amadurecimento dos pulmões manipulados dentro de um grande organismo vivo. Os pesquisadores não avaliaram a quantidade de oxigênio fornecida pelo órgão ao animal. Por isso, estudos futuros vão analisar a sobrevivência e a maturação dos tecidos a longo prazo, assim como a capacidade de troca gasosa. Eles disseram que, com recursos suficientes, poderão desenvolver pulmões para transplante em humanos dentre cinco e 10 anos.




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