Aumenta a demanda por cobertura para "doenças graves"
29/03/2019

Neste ano, a preocupação das pessoas com alto custo de tratamento de algumas doenças – como câncer, AVC, infarto, perda de visão, de audição, insuficiência renal e transplantes – alavancou a compra da cobertura “doenças graves” nos seguros de vida.

Dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi) mostram que o volume de prêmios (valor pagos pelos segurados para contratar a proteção dos seguros) na modalidade “doenças graves ou doença terminal”, contratada por pessoas físicas cresceu 42,23%. Passou de R$ 179 milhões para R$ 255 milhões. Os prêmios da mesma modalidade no segmento de empresas aumentou apenas 2,93%.

Pela primeira vez, o volume de prêmios vindos da cobertura “doenças graves”, que cresceu 12,16% em 2018 sobre 2017, superou modalidades como acidentes pessoais (4,68%), auxílio funeral (10,44%), seguro viagem (0,32%) e seguro educacional – que teve o prêmio diminuído em 30,76% no mesmo período. Em 2018, apenas as modalidades prestamista, com crescimento de 19,35%, e o básico vida individual (24,45%) superaram os prêmios registrados na cobertura “doenças graves”.

De acordo com a última pesquisa anual sobre benefícios corporativos ” Mercer Marsh Benefícios”, só 4% das 690 empresas consultadas no Brasil responderam que oferecem a cobertura para doenças graves no produto vida. A pesquisa vai se repetir na metade do ano, mas na avaliação da diretora de produtos e consultoria da Mercer Marsh Benefícios Mariana Dias, o percentual não deve ter grande alteração. “Hoje, para os momentos de doenças, as empresas já oferecem o plano de saúde para o colaborador”, diz.

No caso das pessoas físicas, mais interessadas na cobertura para doenças graves, uma explicação seria a ausência de plano de saúde. De 2014 para cá, 3 milhões de pessoas ficaram sem planos privados de assistência médica. Hoje, apenas 24% da população tem cobertura de plano privado de saúde.

“Não acredito que as coberturas para doenças graves e terminais estejam despontando como alternativas àqueles que não podem pagar por um plano de saúde. Na verdade, são produtos complementares. Um serve para tratamento emergencial (plano de saúde); o seguro é uma tranquilidade financeira, no momento de tratar consequências de doenças graves”, diz o gerente de produtos da Prudential, Sandro Cespes. A Prudential tem 61% de mercado na cobertura de doenças graves no Brasil.

O crescimento do faturamento (volume de prêmios) da cobertura acessória “doenças graves” nos planos de vida da Prudential foi de 14% em 2018. As doenças graves cobertas são câncer, infarto agudo do miocárdio, insuficiência renal terminal, acidente vascular cerebral, paralisia, cegueira ou perda da visão, esclerose múltipla e surdez ou perda da audição.

Em 2018, a Prudential pagou R$ 65 milhões em benefícios no produto doenças graves aos brasileiros. “Isso permitiu que centenas de segurados pudessem passar pelo difícil momento do diagnóstico sem comprometer seus recursos financeiros e até possibilitou tratamentos particulares de forma muito mais tranquila”, diz Cespes.

Segundo a diretora de produtos de Vida da Icatu, Luciana Bastos, em outubro passado, a seguradora ampliou a modalidade, elevando de cinco para 11 as doenças graves passíveis de cobertura – estão na lista, entre outros, problemas de visão, audição, insuficiência renal e transplante de órgãos

Maior procura pela cobertura de doenças graves nos seguros de vida também foi verificada na SulAmérica entre 2017 e 2018. Na seguradora, é possível contratar a cobertura nos produtos de Vida Individual e Vida Mulher. Na Mongeral Aegon, a cobertura com maior crescimento em 2018 foi justamente a de doenças graves, cujo prêmio subiu 6%, diz gerente de Desenvolvimento de Produtos da Mongeral Aegon, Patrícia Costa.

A Bradesco Vida e Previdência oferece ao mercado o “Vida VIP Bradesco”, que prevê proteção em casos de diagnósticos definitivos de doenças graves como câncer, infarto ou AVC e também na ocorrência de invalidez permanente por acidente. Os capitais segurados variam de R$ 500 mil a R$ 3,5 milhões. “Fora do Brasil, esse tipo de produto tem formatos ainda mais variados e com maior número de doenças – muitas vezes é considerado até como seguro saúde, com utilização do capital inclusive em outros países, além daquele no qual o serviço foi contratado”, explica o superintendente executivo na Bradesco Vida e Previdência, Bernardo Castello.

Fonte: Valor




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