Doenças inflamatórias intestinais (DII): o diagnóstico correto faz toda a diferença
24/05/2019

Campanha Maio Roxo chama atenção à importância de identificar as DII rapidamente, o que pode garantir maior qualidade de vida e saúde ao paciente.

Diarreia, dores abdominais, náusea e perda de apetite¹;³. Esses sintomas nem sempre são sinônimos de alguma alteração simples, como a má digestão. Podem ser sinais de um quadro de doenças inflamatórias intestinais, conhecidas também como DII. “São males crônicos que acometem cerca de cinco milhões de pessoas no mundo e podem aparecer em qualquer fase da vida, mas costumam ser mais diagnosticados em adolescentes e adultos jovens”, segundo o gastroenterologista Dr. Flavio Steinwurz, presidente da Organização Panamericana de Crohn e Colite, PANCCO.

Por isso, muitas pessoas levam bastante tempo para descobrir que têm a doença, o que compromete bastante seu cotidiano – alguns indivíduos precisam ir ao banheiro mais de 10 vezes por dia para evacuar, por exemplo². “E se não forem tratadas adequadamente, podem desencadear problemas mais graves, como obstrução intestinal, lesões e anemia”, alerta o especialista.

Para chamar atenção da população para a importância do diagnóstico correto e rápido e diminuir o estigma em torno das doenças, a PANCCO, outras entidades médicas e associações de pacientes celebram neste mês o Maio Roxo. A campanha, que prevê mais de 100 eventos espalhados por todo o Brasil, culmina com o Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal, celebrado hoje, 19 de maio.

A Retocolite Ulcerativa e a Doença de Crohn são as DII mais comuns³. Seus sintomas são similares e ambas são caracterizadas por inflamações no trato gastrointestinal, mas a primeira atinge especialmente o intestino grosso e a segunda pode atingir o sistema digestivo da boca até o ânus³,4. Segundo Steinwurz, tais doenças ainda podem comprometer outras partes do corpo e gerar problemas nas articulações, na coluna, na pele, nos olhos e nos rins. Uma vez desencadeadas podem ter duração e intensidades variáveis, com períodos em que os sintomas somem e depois retornam novamente5.

Ainda de acordo com o gastroenterologista, os especialistas ainda não sabem explicar com precisão quais são as causas desses males. “A ciência já identificou, no entanto, que estão ligados a questões genéticas, fatores externos, alterações imunológicas e a um ambiente propício para o seu desenvolvimento dentro do organismo, relacionado à microbiota do intestino, isto é, ao tipo de micro-organismos que habitam o trato gastrointestinal”, afirma o médico. Ele explica ainda que o desequilíbrio entre os micro-organismos bons e os ruins é o que favorece este tipo de doença.

Mas de uma coisa ninguém tem dúvida: “Diante de diarreias que se prolongam por mais de uma semana, que vêm acompanhadas por sangue nas fezes, emagrecimento e febre ou quando esse quadro vai e volta, o indicado é procurar um médico”, recomenda Steinwurz. Com a ajuda do histórico clínico do paciente e de exames, o especialista poderá chegar ao diagnóstico e indicar o melhor tratamento, que normalmente envolve medicamentos, combatendo os sintomas e promovendo a remissão do quadro5 e estabilidade do paciente.
Conscientização

O Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal (World IBD Day, em inglês), acontece em 19 de maio. A data foi fixada em 2010, durante a Semana da Doença Digestiva, em San Diego, EUA. Após a escolha, maio ficou definido também como o mês para as ações de conscientização sobre as DII, assim como a fita na cor roxa. Atualmente, o Dia Mundial é coordenado pela Federação Europeia das Associações de Crohn e Retocolite Ulcerativa (EFCCA) e liderado por organizações de pacientes em 38 países espalhados em quatro continentes.

No Brasil, diversas associações se mobilizam durante o mês de maio para promover ações que buscam aumentar o conhecimento da população sobre as doenças. São caminhadas, panfletagens, iluminação de monumentos de diversas cidades ao redor do país, palestras e encontros entre pacientes, médicos e familiares.





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