Setor da Saúde encolhe 3,5%, no primeiro semestre, e fecha mais de 5 mil postos de trabalho
23/09/2020

Produção doméstica de dispositivos médicos despencou 27,1%. Importações cresceram 21,2%, impulsionadas pela Covid-19, sendo os EPIs, isoladamente, com elevação de quase 2.000%

Engana-se em acredita que o setor da saúde não sofreu as consequências econômicas da pandemia. Dados do Boletim Econômico da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), que acabam de ser divulgados, revelam que o consumo aparente de Dispositivos Médicos caiu 3,5%, nos seis primeiros meses de 2020, na comparação com o mesmo período do ano passado. Os segmentos que mais sofreram queda de consumo foram próteses e implantes (-23,7%) e materiais e equipamentos para a saúde (-12,9%). O setor fechou 5.235 postos de trabalho, o equivalente a 3,7% do total de 136.671 trabalhadores nas atividades industriais e comerciais.

“A preparação para o atendimento da população na pandemia aumentou a demanda por produtos de nichos específicos, como materiais e equipamentos usados em leitos de média e alta complexidade e testes para a detecção da Covid-19. Mas o cancelamento de procedimentos médicos não relacionados à pandemia reduziu as compras externas e a fabri­cação doméstica de produtos dos demais segmentos do setor”, explica o diretor executivo da ABIIS, José Márcio Cerqueira Gomes.

Entre janeiro e junho, houve crescimento nas importações de produtos do setor, concentrado nos segmentos voltados para o atendimento da Covid-19 de equipamentos hospitalares (+37%), mobiliário de uso médico hospitalar (+19%), equipamentos de proteção individual – EPIs (+1.929%) e reagentes para diagnóstico in vitro (+32%). Com isso, o índice de importação cresceu 21,2%, na comparação com o primeiro semestre de 2019, totalizando US$ 3,1 bilhões. Por outro lado, a produção doméstica recuou 27,1%.

As atividades de prestação de serviços hospitalar e ambulatorial (públicas e privadas) representam 4,3% da atividade econômica do país, de acordo com o IBGE. O Boletim Econômico ABIIS destaca cálculo efetuado pela FGV que assinala que a retração do setor saúde no primeiro semestre foi responsável por 0,8% do recuo total de 5,9% no PIB no período, em relação a igual período do ano anterior. O desaquecimento na saúde exerceu um impacto de 13,5% na desaceleração da economia brasileira.

José Márcio Cerqueira Gomes ressalta que, “analisando a evolução do consumo aparente do mercado de dispositivos médicos desde 2012, quando o Boletim da ABIIS começou a ser produzido, estamos mais de 10% abaixo do patamar daquele período”.





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