Johnson & Johnson lança a 3ª fase de vacina de dose única
24/09/2020

 A Johnson & Johnson tornou-se a primeira grande empresa farmacêutica a testar uma vacina de dose única contra a covid-19, com o lançamento nesta semana da terceira fase dos testes clínicos, que preveem o recrutamento de 60 mil participantes em três continentes. 

A decisão da empresa de pesquisar um produto de dose única pode ajudá-la a avançar mais rápido que as rivais, que precisam de duas doses, mesmo com algumas já tendo iniciado seus testes em larga escala em maio e junho. 

 

Os pesquisadores podem começar a estudar a eficácia duas semanas depois da dose única, sem precisar esperar mais quatro semanas para que o participante receba uma segunda dose. 

De acordo com Paul Stoffels, diretor científico da Johnson & Johnson, uma vacina de dose única pode ser “muito importante para uso emergencial”, já que pode ser lançada rapidamente. A empresa informa ter capacidade para produzir 1 bilhão de doses até o fim de 2021. Resultados positivos de um teste recente, feito em menor escala, serão publicados em breve e indicaram que uma dose única pode ser suficiente para proteger as pessoas, segundo a empresa. 

O doutor Stoffels acrescentou que todas as principais vacinas usaram a proteína pontiaguda característica do vírus sars-cov-2 para que o sistema imunológico a reconheça, mas a Johnson & Johnson demorou mais para otimizar sua “potência”. 

Outra possível vantagem para a Johnson & Johnson é que sua candidata a vacina não precisa ser armazenada a temperaturas tão frias quanto algumas outras vacinas, o que é importante para a distribuição e países em desenvolvimento. 

A plataforma de desenvolvimento de vacinas que a empresa está usando, baseada nos adenovírus, tem um bom histórico, com mais de 100 mil pessoas já vacinadas usado o mecanismo, segundo o dr. Stoffels. “Foi usada no zika, no HIV, na [doença respiratória vírus sincicial respiratório] VSR e no ebola”, disse. 

A Johnson & Johnson se comprometeu a entregar a vacina “sem fins lucrativos” durante a duração da pandemia. A empresa recebeu financiamento do governo dos Estados Unidos como parte da operação “Warp Speed”, parceria público-privada americana para acelerar o desenvolvimento da vacina, e trabalha com o Instituto Nacional de Saúde (NIH, em inglês), agência federal de apoio à pesquisa médica no país. 

O NIH ajudou a financiar os testes clínicos com US$ 193 milhões até agora e prevê gastar US$ 480 milhões, segundo Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas NIAID) dos EUA. 

A plataforma dos adenovírus na qual a vacina foi desenvolvida é fruto de “décadas de colaboração”, incluindo o financiamento para ciência básica, acrescentou o dr. Fauci. 

Os dados da fase 3 serão primeiro examinados quando houver 20 infecções da covid-19, seja no grupo vacinado ou que recebeu placebo, segundo a farmacêutica, e serão encerrados quando 154 candidatos desenvolverem a doença. Os testes clínicos serão realizados em várias localidades nos EUA, em países latino-americanos, como o Peru, e na África do Sul. 

Separadamente, a Johnson & Johnson trabalhará como governo do Reino Unido em testes de uma vacinação com duas doses. 

A companhia prevê a conclusão dos testes clínicos um ou dois meses depois do fim dos testes desenvolvidos pela Moderna e pela Pfizer e sua parceira BioNTech, iniciados no fim de julho. 

 

Fonte: Valor




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