Restaurantes, academias e hotéis são locais de superdisseminação da covid
11/11/2020

 

A reabertura de restaurantes, academias, hotéis e cafés representa o maior risco de disseminação da covid-19, segundo um estudo feito nos Estados Unidos e publicado pela revista científica “Nature” nesta terça-feira. 
 

Pesquisadores das universidades americanas de Stanford e Northwestern usaram dados coletados de 98 milhões de celulares entre março e maio nos EUA para mapear o movimento das pessoas e criar um modelo para indicar pontos de maior risco de contaminação. 

 
O modelo tenta prever como a movimentação das pessoas afeta a transmissão do vírus. A partir da observação dos lugares mais visitados, do tempo de permanência e de quantas outras pessoas estavam no mesmo local, os cientistas concluíram que reduzir a ocupação de determinados estabelecimentos pode ter um impacto significativo na disseminação da doença. 
 

Com os dados nas mãos, a equipe usou o modelo para estudar diferentes cenários. Permitir que restaurantes reabram com capacidade máxima, por exemplo, provocaria a maior alta de casos nas situações simuladas. Na sequência do ranking de estabelecimentos “superdisseminadores” vinham academias, cafés e hotéis. 
 

Segundo o estudo, se a cidade de Chicago, uma das mais importantes dos EUA, tivesse reaberto seus restaurantes no dia 1º de maio, isso teria provocado quase 600 mil infecções a mais por mês. A reabertura de academias provocaria 149 mil contágios adicionais. Se todos os estabelecimentos voltassem a funcionar normalmente, a estimativa é que 3,3 milhões de pessoas a mais seriam contaminadas pelo vírus. 
 

O modelo sugere que a redução da capacidade desses estabelecimentos é uma boa medida para reduzir os contágios. Se as operações de todos eles fossem limitadas a 30% do total, isso poderia diminuir o número de contágios adicionais para 1,1 milhão, segundo o estudo. 
 

Em entrevista à “Nature” para avaliar o estudo, o economista Thiemo Fetzer, da Universidade de Warwick, no Reino Unido, disse que o modelo criado pelos pesquisadores corrobora informações coletadas pelos diferentes governos desde o início da pandemia, que sugerem que restaurantes, academias e outros espaços fechados representam o maior risco de contaminação. 


 
Já Christopher Dye, epidemiologista da Universidade de Oxford, afirmou que os padrões de mobilidade usados no estudo precisam ser validados com outros dados do “mundo real”. “É uma hipótese epidemiológica que ainda precisa ser testada. Mas é uma hipótese que vale a pena testar”, disse ele à revista. 
 

Fonte: Valor




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