Grande SP tem maior média de internações por covid-19 em um mês
13/11/2020

Dados da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo mostram que a região metropolitana atingiu a maior média móvel de novas internações por covid-19 em um mês: 579. A média leva em conta os últimos sete dias. Apenas nesta quinta-feira, 12, foram 695 novas internações. O número só foi maior que o do dia 11 de outubro, quando a média estava em 587.

 

Comparado a média móvel de sete dias atrás, é um aumento de 14%. Mudanças de até 15% para mais ou para menos são consideradas estabilidade para especialistas em saúde.

Os números correspondem a casos suspeitos e confirmados, somando também leitos de enfermaria e de UTI em hospitais públicos e privados em toda a Grande São Paulo. Estão disponíveis na plataforma do governo estadual, que atualiza os números da pandemia diariamente.

Apesar do número estar abaixo do que foi registrado em junho, quando o pico passou de 1.200 internações por dia, ele preocupa as autoridades de saúde com uma possível segunda onda de coronavírus.

A taxa de ocupação de leitos de UTI na Grande São Paulo nesta quinta-feira está em 45,2%. Este valor já chegou a ficar abaixo de 40%. Até o momento, o estado de São Paulo registra 1.156.652 casos e 40.202 mortes por covid-19.

O aumento nas internações, registrado pelo governo estadual, endossa o que está sendo percebido principalmente em hospitais privados da capital paulista. No Hospital Sírio-Libanês, por exemplo, o pico de pessoas internadas foi em abril, com cerca de 120 pacientes. Agora, voltou a subir para o mesmo patamar, oscilando nos dois últimos meses entre 80 e 110 pacientes.

O Hospital do Coração (HCor) aponta que já registrou 36 internações até a última terça-feira, 10, e que, caso se mantenha esse ritmo, o total para o mês vai ultrapassar os casos de outubro (67) e os de setembro (82).

Por outro lado, o Hospital Israelita Albert Einstein afirma que não é possível afirmar se houve aumento no número de internações pelo coronavírus. Até agora, o hospital tem 55 internações durante novembro, ante 54 em outubro. Todos os dados foram informados pelos próprios hospitais.

 

Governo de SP diz que não há aumento

A equipe que integra o Centro de Contingência da Covid-19 em São Paulo afirmou nesta quinta-feira, 12, que não há aumento de internações pela doença em hospitais públicos ou privados de São Paulo. O governo, no entanto, demonstrou preocupação sobre uma possível nova onda de coronavírus.

Considerando só a rede privada, a média teria sido de 228 internações na última semana – número acima de 214 registrado na semana anterior e abaixo de 233 no fim de outubro, segundo dados do Centro de Contigência. Já em setembro, o índice oscilou entre 301 e 332 internações.

Para o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, a curva mostraria “decréscimo” do número de internações. “Esta foi a segunda melhor semana na série histórica”, disse em entrevista coletiva nesta quinta-feira.

A secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, afirmou que a taxa de internação, nesta quinta-feira, estaria em 28,8 para cada 100 mil habitantes.

“Nas últimas quatro semanas, a gente tem uma taxa de internação baixa com relação ao que nós tínhamos e queremos sempre continuar diminuindo”, disse Patrícia. “Já chegamos a patamares acima de 40 internações por 100 mil habitantes, que é sempre o limite para endurecer as medidas restritivas do Plano São Paulo.”
 

Segunda onda é possível

A médica infectologia do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, Rosana Richtmann, diz que há sim a possibilidade de uma segunda onda, como está ocorrendo na Europa e que é preciso ficarmos atentos e alertas.

“Sim é possível uma segunda onda. O vírus está circulando e a população está cansada das medidas de afastamento. Temos também uma população grande ainda não imune, uma densidade demográfica importante. As pessoas estão se encontrando, fazendo festas”, disse em entrevista à EXAME.

Na semana passada, o secretário da Saúde do estado, Jean Gorinchteyn, disse que a pandemia está controlada, mas alertou para o aumento de infecções pelo coronavírus em encontros sociais, como reuniões familiares.

“A quarentena continua, precisamos estar atentos aos rituais da pandemia. Cumprimentos, como abraços e apertos de mão, continuam proibidos. E não é o que temos visto. As pessoas estão se aproximando e com elas o próprio vírus. O normal só vai acontecer após a vacina”, afirmou.

(Com Estadão Conteúdo)

Fonte: Exame




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