“Paciente certo no lugar certo”, IA aparando arestas dos sistemas de saúde
17/11/2020

Alguns usos de inteligência artificial (IA) na saúde já estão mais avançados e maduros que outros. A aceleração na adoção de tecnologias provocada pela pandemia impulsionou também a IA. “Antes resistência, hoje urgência”, diz Vladimir Pizzo, Head de Operações na Finlândia da techtools health innovation citando Jeff Plentz, fundador do grupo techtools.

Acredita-se que, assim como a educação e os ambientes de trabalho, o futuro da saúde será cada vez mais híbrido, alternando entre encontros presenciais e remotos. Para Vladimir, a IA habilitará a viabilidade deste modelo, especialmente ao criar mecanismos que garantam que o paciente seja colocado no melhor caminho para seu cuidado. “Hoje a chance de você ter seu AVCi trombolisado por um médico que está à distância dando orientação para o médico que está lá na ponta é maior do que você ser trombolisado por um neurologista que esteja ao seu lado”, exemplifica o médico para argumentar que esta já é uma realidade mesmo em casos mais complexos.

Dentre as tendências do uso de IA, o médico destaca o potencial de algumas principalmente a curto prazo. A primeira delas é a ampliação do acesso à saúde. Não se restringindo apenas às questões geográficas, que podem ser apoiadas pelo uso da telemedicina. Mas também, um modelo de contato proativo com os cidadãos, identificando necessidades e situações de risco e direcionando as demandas para os níveis de atenção mais adequados. O que pode ser interessante em particular no contexto de saúde mental, um cenário ainda estigmatizado, com dificuldade de acesso e que a tecnologia pode ajudar a quebrar barreiras, abrindo canais de comunicação e contato do paciente com um profissional da saúde. Outro exemplo de cenário, foi o desenvolvimento dos aplicativos Saúde Digital MG e Saúde Online PR da techtools em parceria com os estados de MG e PR, que identifica pessoas em risco em condições como COVID-19 e outras e as apoia para encontrar o caminho correto, permitindo inclusive agendar e realizar teleconsultas pela mesma plataforma.

Outra tendência é a gestão de saúde de populações, que mais que identificar o conjunto das necessidades individuais, se propõe a dar insights sobre o que é mais relevante para aquela população naquele momento, apoiado por big data analytics. O quão próximo da realidade está este tipo de gestão depende do nível de maturidade dos sistemas informatizados de saúde de cada local.

O suporte para decisões saudáveis é outra onda promissora. Aqui o intuito é engajar pessoas para que elas se mantenham ou se tornem cada vez mais saudáveis, postergando sua entrada nos sistemas ?de saúde. O monitoramento de hábitos de vida já pode ser apoiado por wearables e outras tecnologias que ao passo que se tornam mais cotidianas também ficam cada vez menos perceptíveis ao usuário. O extremo deste uso é oferecer um cuidado altamente personalizado, “baseado em cada vez mais em quem você é e menos nas doenças que você tem”, afirma o médico.

Mirando em modelos de remuneração baseados em valor, a IA já endereça questões administrativas e assistenciais que favorecem cada vez mais a descontinuidade do fee-for-service. Processos de gestão que vão de análises de contratos à alimentação de cadastros de materiais, medicamentos e procedimentos, passando por avaliações de recursos de glosa, podem ser aperfeiçoados pelas máquinas levando à redução de desperdícios. Para citar, uma das ?atuais alianças ?da techtools, a Avatar Soluções em Saúde, especializada em otimização de ciclos de receitas, oferece soluções que melhoram a performance administrativa de instituições usando tecnologia.

Já na assistência, os ganhos de produtividade melhoram a satisfação e a qualidade do serviço prestado, ao passo que os profissionais da saúde passarão mais tempo ao lado do paciente e menos em atividades burocráticas. O que propicia desfechos mais adequados e entrega de valor.

Vladimir Pizzo hoje está baseado na Finlândia, país em 2º lugar em número de healthtechs per capita, atrás apenas de Israel. Lá o sistema de saúde é completamente digitalizado. A ideia da techtools health innovation é compartilhar as experiências finlandesas e promover o intercâmbio de inovações e soluções, tanto no Brasil como em outros países.





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