Rede D'Or busca até R$ 12,7 bi em IPO e valor de mercado pode chegar a R$ 127,7 bi
17/11/2020

O grupo hospitalar Rede D’Or lançou sua oferta pública de ações na noite de segunda-feira, que pode se tornar o segundo maior IPO da história no Brasil. O registro do prospecto preliminar na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que indica faixa de preço entre R$ 48,91 e R$ 64,35. Considerando o preço médio da faixa, a D’Or pode levantar R$ 8,25 bilhões na oferta base, dinheiro que vai para o caixa da companhia. Nesse patamar de preço, a companhia chegará à bolsa avaliada em R$ 112,4 bilhões e, considerando o valor piso da faixa, em R$ 97 bilhões. No entanto, no cenário mais otimista, que considera o teto de preço e alocação de lotes adicional e suplementar, a oferta pode movimentar R$ 12,66 bilhões e a companhia estrear na B3 com um valor de mercado de R$ 127,7 bilhões. 
 

Com essa captação, o IPO da D’Or ficaria atrás apenas da listagem do Santander Brasil, em 2009, que movimentou R$ 13,2 bilhões. A D’Or ingressará na seleta lista de companhias brasileiras com valor de mercado acima de R$ 100 bilhões, completando um grupo de apenas 10 empresas - que conta atualmente apenas com Petrobras, Vale, Bradesco, Itaú, Santander Brasil, Ambev, Magazine Luiza, B3 e WEG. 

Fundada pelo médico Jorge Moll Filho, um dos acionistas controladores, a Rede D’Or opera a maior rede independente de hospitais privados do Brasil. O caixa levantado com a oferta será usado para arcar com os custos de construção de novos hospitais ou expansão das unidades existentes e para aquisição de novos ativos (hospitais, clínicas oncológicas, corretoras de seguros de saúde). 
 

A oferta base é primária de 145.677.487 ações e os lotes adicional e suplementar, que podem somar até 50.987.120 ações, é secundário. Os acionistas vendedores na tranche secundária são FIP Delta, fundo do grupo de acionistas controladores, a gestora Carlyle (que tem posição por meio de cinco veículos) e um veículo do GIC, fundo soberano de Cingapura, que é o maior vendedor entre os acionistas. 

Considerando o preço médio e alocação total dos lotes, o GIC embolsará R$ 1,38 bilhão, os controladores levantarão R$ 879 milhões e o Carlyle levará R$ 632 milhões, esse dois últimos mantendo a maior parte de suas participações em ações. O free-float da companhia listada ficará em cerca de 43%. A precificação está prevista para 8 de dezembro. 
 

No ano passado, a companhia teve receita líquida de R$ 13,32 bilhões, ante R$ 10,9 bilhões em 2018, com lucro líquido de R$ 1,19 bilhão – resultado que foi multiplicado por quatro em cinco anos. No acumulado de 2020, até setembro, a receita é de R$ 9,86 bilhões, em linha com o mesmo período do ano passado, o resultado líquido é de R$ 156,5 milhões, forte retração ante os R$ 908 milhões no comparativo. A margem Ebitda é de 14,8% e a dívida líquida de R$ 12,5 bilhões. 
 

A rede é composta por 51 hospitais próprios, um hospital sob administração e 32 projetos de hospitais em desenvolvimento, licenciamento ou construção, distribuídos nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Bahia, Sergipe, Maranhão, Paraná e Ceará e no Distrito Federal. A companhia também opera a maior rede de clínicas oncológicas do Brasil, que é composta por 39 clínicas localizadas ao longo do território brasileiro. 
 

Além disso, a companhia se dedica à operação de laboratórios de análises clínicas e de imagem, bem como unidades de diálise, contando com 11 laboratórios e 53 unidades de diálise, das quais 51 funcionam nos próprios hospitais da companhia, e 2 funcionam em um ambiente externo. 
 

 

Fonte: Valor




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