Rede D’Or já tem demanda para IPO
18/11/2020

A Rede D’Or mal colocou a oferta inicial de ações (IPO) oficialmente na rua e, em menos de 24 horas, já tinha reservas suficientes para emplacar a operação, apurou o Valor. Depois de cerca de dois meses de conversas com investidores, o maior grupo independente de hospitais do país lançou na noite de segunda-feira a operação. 

As maiores ordens de investidores nacionais vêm das gestoras SPX, Apex, Atmos, JGP e XP Gestão. Gestoras de bancos que alocam recursos para investidores de alta renda, como BTG Pactual e Safra, também já estão no livro. 

 

Dos investidores internacionais, a maior participação deve ser da Capital Group, gestora que já tem participação em empresas como Magazine Luiza e Burger King Brasil. Com intenção de alocação robusta mas ainda sem reserva feita, a Capital Group pretende investir por meio do fundo dedicado a emergentes e do fundo global, apurou o Valor. Também engajado mas com sensibilidade a preço está o fundo do megainvestidor George Soros. 

Com faixa indicativa de preço que vai de R$ 48,91 a R$ 64,35 por ação, o IPO pode movimentar até R$ 12,66 bilhões e a empresa chegar à B3 com um valor de mercado de R$ 127,7 bilhões - nesse patamar, será o segundo maior IPO da história no Brasil e colocará a D’Or no seleto grupo de empresas com valor acima de R$ 100 bilhões. Atualmente são apenas nove. 

Essas ordens iniciais têm se concentrado entre o piso e o meio da faixa indicativa. Investidores entram com reservas a preços menores e corrigem sua disposição a pagar conforme o volume de reservas totais no livro e o risco de não serem alocados. Se a oferta fosse hoje, provavelmente seria possível puxar o preço final para o centro da faixa, disseram três fontes. 

No entanto, chegar ao preço máximo ao longo do período de reservas é mais difícil, complementaram as fontes. A companhia preferiu trabalhar com uma faixa mais extensa de preço para dar margem de correção no processo do IPO, mas sabe que o teto da faixa é bastante “esticado”, apurou o Valor. Um grande gestor que vai entrar na oferta resume: “Está longe de ser uma barganha, mas sem chance de ficar de fora”. 

 

Tal como as concorrentes, a D’Or também sentiu o impacto da pandemia no balanço. No acumulado de 2020, até setembro, a receita líquida foi de R$ 9,86 bilhões, em linha com o mesmo período do ano passado, mas o lucro líquido, de R$ 156,5 milhões, representa forte retração ante os R$ 908 milhões no comparativo. O que a companhia indicou a investidores em suas apresentações é que, nos últimos meses, houve aceleração desse resultado. 

Conforme o balanço até setembro, a rede é composta por 51 hospitais próprios, um hospital sob administração e 32 projetos de hospitais em desenvolvimento, licenciamento ou construção. Também opera a maior rede de clínicas oncológicas do Brasil, e tem 11 laboratórios de análise e 53 unidades de diálise. 

De acordo com o registro do prospecto preliminar na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a oferta base é primária de 145,7 milhões de ações e os lotes adicional e suplementar, que podem somar até 50,99 milhões de ações, integram a tranche secundária. Os acionistas vendedores na oferta secundária são FIP Delta, da família controladora, a gestora Carlyle (que tem posição por meio de cinco veículos) e um veículo do GIC, fundo soberano de Cingapura, que é o maior vendedor entre os acionistas. 

Considerando o preço médio e alocação total dos lotes, o GIC embolsará R$ 1,38 bilhão, os controladores levantarão R$ 879 milhões e o Carlyle, R$ 632 milhões, esse dois últimos mantendo a maior parte de suas participações em ações. O free-float da companhia listada ficará em cerca de 43%. A definição de preço por ação do IPO está prevista para 8 de dezembro, com início de negociação no dia 10 de dezembro, no Novo Mercado da B3. 

Fonte: Valor




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