Reserva de ações da Rede D’Or, que pode fazer a 2ª maior oferta do país, começa hoje
24/11/2020

Começa hoje (24) o período de reserva para pequenos investidores comprarem ações da Rede D’Or antes da estreia na bolsa, prevista para 10 de dezembro, com o código “RDOR3”. O prazo termina em 4 de dezembro. A companhia opera a maior rede independente de hospitais privados do Brasil. O grupo foi eleito a empresa da década no ranking Valor 1000

A oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) pode se tornar a segunda maior da história no país, segundo o Valor. A Rede D’Or estabeleceu o intervalo indicativo de preço por ação entre R$ 48,91 e R$ 64,35. Considerando o preço médio da faixa, a companhia pode levantar R$ 8,25 bilhões na oferta base, dinheiro que vai para o caixa da empresa. Nesse patamar de preço, o grupo chegará à bolsa avaliado em R$ 112,4 bilhões. 

No entanto, no cenário mais otimista, que considera o teto de preço, um lote adicional de papéis e um lote suplementar, a oferta pode movimentar R$ 12,7 bilhões e a Rede D’Or pode estrear na bolsa com um valor de mercado de R$ 127,7 bilhões. Com essa captação, o IPO do grupo ficaria atrás apenas da listagem do Santander Brasil, em 2009, que movimentou R$ 13,2 bilhões. 

 

A companhia ingressará na seleta lista de empresas brasileiras com valor de mercado acima de R$ 100 bilhões, completando um grupo de apenas 10 companhias - que conta atualmente apenas com Petrobras, Vale, Bradesco, Itaú, Santander Brasil, Ambev, Magazine Luiza, B3 e WEG. 

A Rede D’Or é composta por 51 hospitais próprios, um hospital sob administração e 32 projetos de hospitais em desenvolvimento, licenciamento ou construção, distribuídos nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Bahia, Sergipe, Maranhão, Paraná e Ceará e no Distrito Federal. A companhia também opera a maior rede de clínicas oncológicas do Brasil, laboratórios de análises clínicas e de imagem e unidades de diálise. 

Em 2019, a empresa teve receita líquida de R$ 13,32 bilhões, ante R$ 10,9 bilhões em 2018, com lucro líquido de R$ 1,19 bilhão – resultado que foi multiplicado por quatro em cinco anos. No acumulado de 2020, até setembro, a receita é de R$ 9,86 bilhões, em linha com o mesmo período do ano passado, e o resultado líquido é de R$ 156,5 milhões, forte retração ante os R$ 908 milhões do ano anterior. 

 
Mais sobre a oferta 

A oferta é primária, quando são emitidas novas ações e o dinheiro vai para o caixa da companhia, e secundária, quando são vendidas ações já existentes e o dinheiro vai para o bolso dos acionistas. Com o dinheiro captado na oferta primária, a empresa pretende arcar com os custos de construção de novos hospitais ou expansão das unidades existentes e adquirir novos ativos, como hospitais, clínicas oncológicas e corretoras de seguros de saúde. 

Os acionistas vendedores na oferta secundária são o FIP Delta, fundo do grupo de acionistas controladores, a gestora Carlyle e o GIC, fundo soberano de Cingapura, que é o maior vendedor entre os acionistas. 

Para fazer a reserva de ações da Rede D’Or, basta avisar a corretora sobre quantos papéis o investidor gostaria de comprar no IPO e por qual preço. O valor mínimo para participar da primeira venda de ações da companhia é de R$ 3 mil, e o máximo, de R$ 1 milhão. 

O preço por ação será fixado 8 de dezembro. Nas ofertas de ações, as empresas e os bancos coordenadores testam uma faixa de preço. Se a venda aconteceu no valor mais alto, significa que a demanda pelos papéis foi grande. Já se a venda aconteceu no valor mais baixo, significa que a demanda pelos papéis foi pequena. 

A oferta será coordenada pelas instituições financeiras Bank of America, BTG Pactual, Bradesco BBI, J.P. Morgan, XP, BB Investimentos, Citi, Credit Suisse, Banco Safra e Santander. O IPO será liquidado em 11 de dezembro. 

Cuidados para investir 

Investir em IPO é cilada se o investidor não entender a fundo o que está comprando, segundo analistas. Na avaliação deles, em geral, é mais seguro comprar ações de empresas já listadas, porque as companhias tendem a ter mais histórico de números e a se comunicar melhor com o mercado. 

 

Mas há boas (e raras) oportunidades nas ofertas para quem estiver disposto a estudá-las com atenção. Empresas que estreiam na bolsa são como "small caps", termo em inglês usado para se referir a ações de empresas consideradas menores quando comparadas às gigantes da bolsa, o que não será o caso da Rede D’Or 

Por estarem ingressando no mercado, essas companhias podem ter um futuro promissor pela frente, com alto potencial de crescimento e bom retorno para os acionistas. Muitas delas são inovadoras ou atuam em setores ainda não consolidados. E a vantagem de investir no IPO é a chance de conseguir um preço ainda mais barato pela ação. 

Por outro, pode ser uma aventura de dar frio na barriga. Isso porque são ações que apresentam maior risco e volatilidade, além de terem menor volume de negociações na bolsa, ou seja, pode ser difícil vender os papéis. Isso faz com que essas ações sejam mais indicadas para quem pode deixar o dinheiro investido em longo prazo. 

Da mesma forma que podem ter um ótimo crescimento, isso pode simplesmente não acontecer, e o investidor pode perder muito dinheiro. Analistas aconselham só participar de IPOs de companhias de setores totalmente novos na bolsa, ou cujas ações estão mais baratas do que as das concorrentes já listadas. 

É preciso conhecer as perspectivas para o setor, como a empresa ganha dinheiro, quais são as suas vantagens competitivas e quais são os riscos para o seu negócio. Para saber se o papel está barato na oferta, é preciso analisar múltiplos como o preço sobre o lucro. 

Nada disso é simples. Os analistas levam dias para avaliar se vale a pena participar do IPO de uma empresa. Casas de análises como a Levante, a Suno Research e a Eleven Financial produzem relatórios pagos com essas avaliações para pequenos investidores. 

 

 

Fonte: Valor




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