Butantan espera iniciar vacinação contra covid em janeiro
24/11/2020

O governo do Estado de São Paulo informou ontem que os resultados da terceira e última fase do estudo sobre a eficácia da vacina Coronavac, feita em parceria com a chinesa Sinovac, devem estar prontos para divulgação na primeira semana de dezembro ou, no mais tardar, até a primeira quinzena do mês que vem 

A partir daí, os dados serão analisados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a sua correspondente na China. Se houver liberação de registro, é possível iniciar a vacinação da população já em janeiro. 

 

“Estamos muito próximos de ter uma vacina disponível para o programa nacional de imunização. Na primeira semana de dezembro, teremos os resultados dessas análises, que serão remetidos ao comitê internacional independente. [Depois], o comitê deverá validar esses resultados e produzir um relatório, que será encaminhado para a Anvisa e à agência correspondente da China”, afirmou Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan. 

Segundo Covas, o estudo clínico atingiu o número mínimo de pacientes infectados, de 61 até semana passada e de 74 no dado mais recente, o que permite a abertura dos resultados. “A celeridade do Instituto Butantan vai permitir que a Coronavac seja a primeira vacina disponível para nossa população”, acrescentou Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde do Estado de São Paulo. 

A previsão do Butantan e do governo é de que 46 milhões de doses estejam disponíveis no Brasil em janeiro de 2021. Como o processo de produção deste tipo de imunizante é similar ao dos demais fabricados pelo instituto paulista, uma campanha de vacinação poderia começar assim que a Coronavac seja registrada pela Anvisa. 

No total, são 13 mil voluntários envolvidos nos estudos no Brasil. A pesquisa utiliza o modelo duplo cego, em que metade dos voluntários recebe doses de vacina, e os demais, um placebo. 

Ontem, a divulgação dos resultados de outra vacina, a de Oxford/ AstraZeneca, mostrou eficácia entre 62% e 90%. “A expectativa é que os resultados da fase 3 da Coronavac repitam os achados encontrados na fase 2”, disse o médico infectologista David Uip. 

 

Na semana passada, as conclusões sobre fase anterior de estudos clínicos da Coronavac foram publicados pela revista científica “Lancet”. A publicação mostrou que a vacina é segura e tem capacidade de produzir resposta imune no organismo 28 dias após sua aplicação em 97% dos casos. 

O avanço na pesquisa da Coronavac e de outras vacinas ocorre em meio à segunda onda da pandemia já confirmada na Europa e suspeitas que o mesmo esteja ocorrendo no Brasil. 

Para o governo do Estado de São Paulo, no entanto, é cedo para falar em nova disseminação descontrolada do vírus. Isso porque a instabilidade no sistema do Ministério da Saúde que contabiliza os casos e mortes por covid-19 dificulta a análise. “Os dados não nos permitem fazer qualquer consideração sobre um repique ou onda mais robusta [de casos e mortes]. Precisamos consagrar os dados e os próximos dias serão fundamentais ”, disse Gorinchteyn. 

Segundo Patricia Ellen, secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, as informações sobre internação hospitalar, mais confiáveis e de contabilização estadual, ainda não apontam para a segunda onda da doença. 

“Registramos 17% de aumento nas internações. No pico da crise, passamos de 2 mil internações e agora estamos com 1.180”, afirmou Patricia. 

 
 

 

 

Fonte: Valor




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