O diretor do departamento de logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, que também participou da audiência, explicou que, embora a validade do teste “como um todo” seja de oito meses, os insumos que compõem o produto duram muito mais tempo. Como exemplo, ele mostrou uma caixa com validade até dezembro de 2020. A duração dos componentes varia entre outubro de 2021 e abril de 2023. “Já foi colocada no laudo de estabilidade a revalidação do prazo, para que isso seja protocolado tempestivamente na Anvisa e o prazo seja revalidado”, disse.
A validade prevista na caixa é “cartorial”, explicou Medeiros. Segundo ele, o Ministério da Saúde já estava preocupado com a questão do prazo e, por isso, enviou um ofício à Opas, em 3 de novembro, perguntando sobre a extensão da validade. A resposta foi que os testes podem durar pelo menos 12 meses. “Hoje, nós recebemos o resultado dos estudos. A empresa está entrando junto à Anvisa para pedir essa validade estendida“, afirmou o secretário de vigilância em saúde.
A compra antecipada de milhões de kits não foi uma estratégia errada, na visão de Medeiros. Em junho, quando já tinha adquirido 10 milhões de kits, o ministério suspendeu outra leva de compras, mas manteve a reserva. “Foi uma decisão estratégica, porque hoje, de acordo com o processo pandêmico mundial, kit de RT-qPCR é o insumo que está em falta. Se nós não o tivéssemos, teríamos dificuldade de adquirir”, disse. Com o aumento dos casos na Europa e nos Estados Unidos, a demanda externa aumentou. “Hoje é um produto raro”, afirmou.