Maior fabricante mundial de luvas está em risco por novo foco de covid-19
27/11/2020
O novo foco do ressurgimento do coronavírus na Malásia é um lugar improvável: o vasto complexo fabril da maior fabricante mundial de luvas cirúrgicas. O surto coloca em risco não apenas um item de exportação importante para o polo de manufatura do Sudeste Asiático, mas também o início da recuperação econômica.

O governo ordenou na segunda-feira, 23, o fechamento de 28 fábricas da Top Glove em fases, depois de uma unidade em Klang, no estado de Selangor, ter registrado 1.067 casos de covid-19, dos 1.884 novos casos diários na Malásia.

Os novos casos continuaram e atingiram um recorde de 2.188 na terça-feira, dos quais mais da metade teve origem no surto de Teratai, ligado aos dormitórios dos trabalhadores da empresa.

A Top Glove disse na quarta-feira que o alto número de casos se deve ao aumento dos testes e que espera que o surto em suas instalações termine em duas a quatro semanas. Na quarta-feira, a Malásia registrou 970 novas infecções por covid-19.

O foco na Top Glove ilustra os desafios enfrentados pelo país do Sudeste Asiático, que parecia ter controlado o coronavírus até o final de setembro, quando políticos em campanha eleitoral no estado de Sabá, em Bornéu, ajudaram a propagar a doença pelo país. O ressurgimento de infecções ameaça impedir a recuperação econômica em um país que fornece cerca de dois terços das luvas de látex do mundo.

“O ressurgimento das infecções por covid-19 pode ameaçar a recuperação do crescimento no último trimestre deste ano e, possivelmente, no início do próximo ano, até que tenhamos a vacina”, disse Muhammad Saifuddin Sapuan, economista da Kenanga Research, com sede em Kuala Lumpur.

O surto limitou os ganhos das ações da Top Glove neste ano, cujo preço mais do que quadruplicou devido à forte demanda global por seus produtos. As ações da empresa se recuperaram na quinta-feira de uma queda de 9,5% em dois dias, embora ainda possam fechar com a maior perda mensal desde março de 2008.

A empresa disse que algumas entregas podem ser atrasadas por até quatro semanas e reduzir as vendas no ano fiscal de 2021 em 3%.

Com a colaboração de Anisah Shukry e Amir Hadi Azmi.

 

Fonte: Exame




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