Covid-19 cresce e pressiona hospitais no interior de SP
30/11/2020

Cerca de um mês depois de passar para a fase verde do Plano São Paulo e em meio à campanha das eleições municipais, o interior do estado voltou a registrar crescimento nos números de novos casos, de novas mortes e de internações por Covid. 

Campinas, Sorocaba e Taubaté são hoje as regiões em situação mais crítica, segundo o SP Covid-19 Info Tracker, ferramenta criada por pesquisadores da USP e da Unesp para analisar e monitorar em tempo real dados da pandemia em municípios paulistas. 

 

Essas três regiões mantêm o índice de retransmissão (Rt) do vírus muito acima de 1,0 - considerado o limiar para se definir se a pandemia está sob controle. Até sexta (27), projeções apresentavam Rt de 1,69 em Campinas, 1,75 em Sorocaba e 2,04 em Taubaté. 

Com uma alta na taxa de transmissão do coronavírus e nas internações no estado, o governador João Doria (PSDB) disse que poderá retomar restrições e medidas de isolamento social. Apesar da pressão por enrijecimento do próprio centro de contingência da Covid-19, mudanças só seriam anunciadas nesta segunda (30), após o segundo turno das eleições municipais. 

 
Parte dos técnicos do centro de contingência defendia que todo o estado voltasse já ao estágio amarelo. Mas João Gabbardo, coordenador-executivo do grupo, sinalizou que não haverá uma medida única para o estado todo. 

 

Wallace defende que as regiões de Campinas, Sorocaba e Taubaté saltem direto para a fase laranja, a segunda mais grave, pulando a amarela. 

Na fase laranja, shopping centers, comércio de rua e serviços em geral podem funcionar com capacidade limitada a 20% e durante 4 horas seguidas. Bares e restaurantes para consumo local, salões de beleza e barbearias e academias de esportes ficam proibidos. 

Na fase amarela, shopping centers, comércio de rua e serviços em geral podem funcionar com capacidade a limitada a 40% e durante seis horas seguidas. Salões de beleza e barbearias podem abrir, bares e restaurantes ficam liberados para atendimento ao ar livre, e academias fecham. "Logo que recai na fase verde, a [pandemia na] Grande São Paulo já começa a estagnar. E no começo de novembro ela começa a ascender. E a gente começa a observar um movimento parecido nas regiões adjacentes a São Paulo, que são Campinas, Sorocaba e Taubaté", explica Wallace. 

"O vírus está saindo da Grande São Paulo e da Baixada Santista e começando a migrar para o interior, passando por essas três regiões. Já está respingando em Piracicaba e Bauru", afirmou. 

Cálculos da ferramenta indicam que as três regiões passaram a registrar alta em novos casos a partir da semana com início em 8 de novembro. Entre 25 de outubro e 26 de novembro, esse aumento foi de 88,6% em Campinas, 88,1% em Sorocaba e 77,9% em Taubaté. 

Sorocaba e Taubaté apresentaram um aumento leve e constante de internações a partir do dia 8 (respectivamente, 31% e 42,4% no acumulado). Campinas, após várias semanas de queda, registrou um aumento abrupto (43,4%) de uma semana para outra a partir do último dia 22. 

Entre 25 de outubro e 26 de novembro, a média de novos óbitos diários subiu 50% em Campinas e 150% em Sorocaba. Em Taubaté, as mortes apresentam estabilidade - o que pode ser explicado, no entanto, pelo fato de os óbitos suspeitos terem subido 167% nesse período. É possível que a partir da próxima semana essa região também apresente aumento na média diária de mortes. 

O levantamento toma em consideração as regiões administrativas de saúde, que englobam 12 municípios em Campinas, 5 em Sorocaba e 6 em Taubaté. Dados da última semana, que terminaria no dia 28, foram computados apenas até o dia 26, o que indica que o cenário pode ser ainda mais crítico. 

Em Americana, que faz parte da região de Campinas, a prefeitura passou a divulgar o boletim epidemiológico semanalmente em outubro, diante da queda de casos e de internações. Na última terça (24), retomou a divulgação diária. 

Na sexta (27), a ocupação dos leitos de enfermaria para Covid do Hospital Municipal alcançou 83% - dos 18 leitos, 15 estavam ocupados. Na UTI, a ocupação era de 47% (8 de 17 leitos). Em relação ao mês anterior, o aumento na ocupação foi de 104% da enfermaria e 76,6% da UTI. 

A prefeitura informou em nota que "está acompanhando o aumento da demanda, analisando dia a dia a taxa de ocupação" e que, "por enquanto, ainda não houve necessidade de ampliação". 

Atualmente, as regiões com situação menos crítica e Rt ainda abaixo de 1,0 são Franca, Marília e Barretos, segundo o InfoTracker. 

 
 

 

 

Fonte: Valor




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