O Reino Unido se tornou o primeiro país a aprovar a vacina contra a covid-19 com base em ensaios clínicos de grande escala e deverá começar a inocular a vacina da BioNTech e da Pfizer a partir da próxima semana.
A alemã BioNTech e a gigante farmacêutica americana Pfizer informaram que as doses serão entregues ao Reino Unido nos próximos dias, após a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos para a Saúde do Reino Unido (MHRA, na sigla em inglês) ter anunciado a aprovação da vacina ontem.
A vacina tem eficácia de 95% na prevenção da doença, segundo dados da fase 3 de testes clínicos, com mais de 43 mil pessoas, divulgados pelas empresas em novembro.
“Esta é, sem dúvida, uma boa notícia, mas não é o fim da história”, disse o premiê britânico, Boris Johnson, aos membros do Parlamento. A vacina, afirmou, estará disponível em todo o país a partir da “próxima semana”, mas alertou que a vacinação levará tempo.
Simon Stevens, presidente do Sistema Nacional de Saúde (NHS) britânico, disse que o “grosso” das vacinações para indivíduos em risco acontecerá entre janeiro e abril.
A vacina aprovada, que usa a nova tecnologia de RNA mensageiro, ainda está sob análise nos EUA e na União Europeia (UE). Espera-se uma decisão da Agência de Remédios e Alimentos (FDA) dos EUA na próxima semana, mas a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) disse que é improvável aprovar a vacina antes do fim do mês.
China e Rússia aprovaram vacinas contra a covid-19 para uso antecipado ou limitado, mas ambos os países autorizaram o uso antes de esperar os resultados das terceiras fases dos ensaios clínicos, gerando críticas de especialistas, que alertaram para os riscos de se apressar o processo.
A MHRA aprovou a vacina BioNTech / Pfizer após “uma revisão extremamente completa e cientificamente rigorosa de todas as evidências”, disse June Raine, presidente da agência. “O público pode ter absoluta certeza de que os padrões pelos quais trabalhamos são equivalentes aos de todo o mundo”.
A MHRA também examina os dados das vacinas desenvolvidas pela americana Moderna e pela parceria entre a Universidade Oxford e AstraZeneca. No total, o governo britânico assegurou a compra de 357 milhões de doses de sete tipos de vacina.
Mas Jonathan Van-Tam, assessor de saúde do governo britânico, alertou que uma vacina não livrará totalmente o mundo da covid-19. “Não acho que erradicaremos o coronavírus para sempre, ele estará com a humanidade para sempre.”