Vacinação em SP contra covid começa no mês que vem, afirma Doria
04/12/2020

 
A população do Estado de São Paulo começará a ser imunizada contra coronavírus em janeiro, com os resultados da eficácia do estudo clínico da vacina Coronavac divulgados até o dia 15, segundo o governo paulista. Independentemente do cronograma do Plano Nacional de Imunização - o governo federal divulgou nesta semana que pretende iniciar a aplicar as doses em março -, São Paulo divulgará detalhes de programa próprio na segunda-feira que vem. 

“No próximo mês de janeiro, cumprindo o protocolo com a Anvisa, e obedecendo aos princípios de proteção à vida, nós vamos iniciar a imunização dos brasileiros de São Paulo”, disse o governado João Doria, em coletiva de imprensa. Ele criticou o governo federal ao dizer que postergar pode custar 60 mil vidas. “Não vamos aguardar março nem vamos enterrar mais brasileiros.” 

A vacinação será precedida de campanha de comunicação em janeiro, para informar à população sobre a Coronavac, que é produzida pelo Instituto Butantan, em parceria com o laboratório chinês Sinovac. O Doria afirmou que o plano de vacinação estadual já está pronto há cerca de 20 dias, mas ponderou que só poderá ser aplicado a partir de 15 de janeiro, já que a vacina depende de análise final e registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

 

“É surpreendente essa indiferença, esse distanciamento, essa falta de compaixão com a vida dos brasileiros. Por que iniciar uma imunização em março, se podemos fazer isso já no mês de janeiro, como outros países já começam a fazer agora em dezembro?”, indagou Doria. 

Diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas lembrou que já havia interesse por parte do governo federal em adquirir a Coronavac, uma vez registrada pela Anvisa. “Brevemente teremos o registro e já temos a vacina”, disse. Segundo ele, caberá ao Ministério da Saúde se pronunciar e decidir se vai ou não incorporar a coronavac ao programa nacional. 

No plano do governo federal, que terá quatro fases, idosos a partir de 75 anos, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência, profissionais de saúde e indígenas serão os primeiros a receber as doses. Em um segundo momento, entram pessoas de 60 a 74 anos. Não há perspectiva de imunizar toda a população até o fim de 2021. 

“No meu entendimento, no momento em que o Butantan entregar os resultados da fase três, previstos para o dia 15 de dezembro, a vacina estará técnica e formalmente apta a ser utilizada em caráter emergencial”, disse o coordenador-executivo do Centro de Contingência do Coronavírus, João Gabbardo. Segundo ele, a Coronavac vai preencher todos os requisitos firmados pelo governo federal para ser administrada aos grupos prioritários. 

São Paulo recebeu ontem novo lote da empresa Sinovac, com o correspondente a 1 milhão de doses do imunizante. Com essa remessa, o Estado já conta com 1,12 milhão de doses enviadas pela farmacêutica chinesa, que produz os insumos e está sendo inspecionada por técnicos da Anvisa) enviados à China, em visita prevista para ser encerrada nesta semana. 

Foi a segunda remessa a chegar ao país - a primeira, com 120 mil vacinas prontas, chegou em 19 de novembro. Ao todo, serão 46 milhões de doses, das quais 6 milhões importadas já finalizadas para aplicação e 40 milhões em forma de matéria-prima para produção, envase e rotulagem em fábrica do Instituto Butantan. Essa primeira leva de insumos, ressaltou Dimas Covas, permitirá a produção da primeira vacina contra covid no Brasil, processo que inicia já na próxima semana.

Doria voltou a descartar lockdown como medida para conter a transmissão do vírus, porque, segundo ele, destrói empregos e a economia, punindo os mais vulneráveis. Uma força-tarefa, que recebeu reforço de mil agentes, entra em operação hoje para impedir aglomerações e fiscalizar o cumprimento das restrições impostas pela bandeira amarela. A inciativa, em parceria com municípios, terá investimento mensal de R$ 3,6 milhões. “Estamos ainda em quarentena, reforçamos essa prudência”, disse o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn. 

Fonte: Valor




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