Ministério da Saúde diz agora que vacinação contra Covid pode começar no fim de dezembro
10/12/2020

Em uma mudança no discurso, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse nesta quarta-feira (9) que a vacinação pode começar de forma emergencial ainda este mês, mas ainda há obstáculos.

O secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, ficou numa saia justa diante da comissão da Câmara que trata de Covid-19. Os deputados cobraram o plano nacional de imunização, mas o secretário não tinha o documento. Na terça-feira (8), depois de uma reunião com o ministro Eduardo Pazuello, governadores disseram que ele prometeu que a divulgação seria nesta quarta.

“Em relação ao plano, ao chamado plano, se ele existe, se não existe... na verdade, assim, ele existe. Nós não trouxemos aqui um plano detalhado, porque precisaríamos talvez de um tempo maior, de uma quantidade de slides maior. Porque, como eu falei anteriormente, o plano que está sendo revalidado, atualizado. Nós tivemos em 1º de dezembro todas as informações dos 10 grupos que participaram do processo, nossa equipe está fazendo a revisão e a gente acredita que na próxima semana esse plano esteja apresentado”, disse o secretário.

A íntegra não foi publicada. Oficialmente, o ministério divulgou uma nota com o resumo do plano. Na semana passada, o projeto incluía toda a população carcerária, mas no documento desta quarta, os detentos estão fora da lista de prioridades. Eles entrariam na fila comum, de acordo com a idade e comorbidade.

 

Segundo fontes, a área técnica não foi consultada sobre a mudança. Foi uma decisão política.

Além disso, o discurso sobre a data de vacinação vem mudando nos últimos dias, depois que o governo de São Paulo anunciou o inicio da vacinação no estado em janeiro. O ministro Eduardo Pazuello já disse que a vacinação contra a Covid-19 começaria a partir de março. Na terça-feira, na reunião com os governadores, falou em fim de fevereiro. Nesta quarta, mudou a previsão de novo, para esse mês ainda.

Em nota, o Ministério da Saúde disse que "se a Pfizer conseguir autorização emergencial junto à Anvisa e também conseguir adiantar alguma entrega, o início da vacinação pode ser no fim de dezembro ou no início de janeiro de 2021. Mas isso seria em quantidades pequenas, de uso emergencial. Observando que a autorização emergencial depende da Anvisa e termos contratuais a serem definidos entre o Ministério da Saúde, a Pfizer e/ou qualquer outro laboratório."

Segundo a Anvisa, a Pfizer ainda não pediu autorização de uso emergencial da vacina. O que há, segundo o laboratório, é uma negociação de intenção de compra de 70 milhões de doses. A expectativa é que esse acordo saia ainda esta semana.

Na terça, o presidente da Pfizer Brasil, Carlos Murillo, disse que, como o governo não fez o pedido a tempo, o laboratório só conseguiria entregar a vacina em janeiro e de forma escalonada. "Nós estimamos que em dezembro já não temos condições de entregar, teríamos que ter terminado antes. Nosso objetivo mesmo teria que ser janeiro".

E nesta quarta, a Anvisa prorrogou a validade de mais de 7 milhões de testes de Covid. Três milhões venceriam agora em dezembro e outros 4,2 milhões de testes venceriam entre janeiro e março. Esses kits terão validade por mais quatro meses. Segundo a diretora da Anvisa, a decisão foi em caráter excepcional e a agência adotou medidas de monitoramento de risco.

 

“A primeira delas é realização de análises periódicas, mensais, de monitoramento para avaliação de especificidade e sensibilidade de todos os lotes de produtos pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, devendo o Ministério da Saúde fornecer mensalmente as amostras dos lotes ao INCQs e também fornecer os insumos necessários para realização da análise”, explicou Cristiane Rose Jourdan Gomes, diretora da Terceira Diretoria da Anvisa.

Em nota, a Frente Nacional de Prefeitos cobrou, hoje, rapidez do governo na apresentação de um plano nacional de vacinação contra a Covid. O documento é assinado pelos prefeitos eleitos e destaca que o Brasil tem uma tradição histórica de vacinação em massa, como conquista de estado e não de governo. Os prefeitos dizem ainda que não é razoável que, por omissão do governo federal, algumas cidades e estados tenham que adotar estratégias locais para compra de vacinas. E reforçam que a retomada econômica depende da imunização da população e de estabilidade nas ações governamentais.

Fonte: G1




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