Doria anuncia início da produção da vacina no Butantan
11/12/2020

O governo de São Paulo confirmou ontem o início da produção da vacina Coronavac no país. A imunização contra a covid-19 é fabricada pelo Instituto Butantan por meio de acordo de transferência tecnológica com a farmacêutica chinesa Sinovac. A planta industrial paulista terá reforço de 120 profissionais para produção ininterrupta, e a meta é chegar a 1 milhão de doses por dia. 

Segundo o governador João Doria, 11 Estados, por meio de seus governadores, já procuraram São Paulo interessados em adquirir a imunização. Ele mencionou Acre, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraíba, Pará, Roraima, Piauí e Rio Grande do Norte. 

 

A manipulação e o envase do imunizante começaram ontem e serão feitos em turnos sucessivos, 24 horas, sete dias por semana. “Com isso, a capacidade de produção da vacina chegará a 1 milhão de doses por dia”, afirmou Doria, durante entrevista coletiva no Instituto Butantan. 

Ele disse ainda que aguarda manifestação clara do governo federal sobre a adoção da Coronavac. “Não ouvi essa manifestação”, argumentou. “Presidente Jair Bolsonaro, salve vidas dos brasileiros do seu país. Dos brasileiros que o elegeram, e os que não elegeram também. Somos todos brasileiros. E presidente Bolsonaro, cada vida importa. Cada dia perdido, são mais pessoas mortas no Brasil”, afirmou o governador. 

 

O diretor do Butantan observou ainda que, na semana passada, esteve na Argentina, onde firmou protocolo de intenções para fornecimento inicial de 10 milhões de doses a partir de janeiro. “Da mesma forma, temos pleitos semelhantes do Peru, do Uruguai, de Honduras, do Paraguai e da Organização Pan-Americana de Saúde [Opas], que abriu uma concorrência, ou seja, solicitou propostas de fornecimento de vacinas com preço definido.” 

Segundo Dimas Covas, o Instituto Butantan está preparando a documentação para participar da concorrência da Opas, em associação com o Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância (Unicef). 

O governo de São Paulo alertou ainda que os riscos de contágio pelo novo coronavírus estão maiores em dezembro do que no primeiro pico da pandemia, que ocorreu em julho. Segundo José Medina, coordenador do Centro de Contingência da Covid-19, é preciso substituir o tradicional cumprimento de “boas festas” pela máxima “fique em casa”. Ele ressaltou que o crescimento do segundo pico é muito mais acentuado porque a base de infectantes é muito maior. 

“Se nós observarmos a curva de crescimento no número de casos no Brasil para chegar de 20 a 40 mil, dobrar o número de casos no Brasil, isso demorou quase três meses, nesse segundo pico que começou a acontecer em novembro até dezembro demorou um mês para chegar de 20 a 40 mil casos”, observou. 

Coordenador-executivo do Comitê de Saúde de São Paulo, João Gabbardo ressaltou que o Brasil apresentou, nos últimos dois dias, como não ocorria há muito tempo, mais de 50 mil casos confirmados em 24 horas. “Estamos chegando novamente próximo de mil óbitos diários”, alertou o médico. 

 
 

 

Fonte: Valor




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