Nova cepa do coronavírus já saiu da Europa e está em outras partes do mundo
21/12/2020

A variante altamente infecciosa do coronavírus que surgiu no sudeste da Inglaterra está se propagando rapidamente para o resto do Reino Unido e já está presente em outras partes do mundo, segundo alerta de cientistas. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que seu Grupo de Desenvolvimento de Trabalho está atuando de perto com as autoridades médicas do Reino Unido para entender como a variante, que está sendo chamada de B.1.1.7, deverá afetar o curso da pandemia. Ela foi detectada na Holanda, Dinamarca e Austrália. 

 

Cientistas afirmam que dois aspectos da B.1.1.7 representam motivo de preocupação. Um é o número sem precedentes de mutações que ela carrega. O outro é a velocidade com que ela está suplantando outras cepas do vírus Sars-Cov-2 no sudeste da Inglaterra. 

Jeffrey Barrett, diretor da Iniciativa Genômica para a Covid do Wellcome Sanger Institute, disse que 23 letras do código genético viral mudaram, das quais 17 podem afetar o comportamento do vírus - em especial ajudando-o a entrar e se propagar nas células humanas. 

“Essa nova variante é muito preocupante e não é parecida com nada que vimos até agora na pandemia”, afirmou Barrett. 

Não há evidências até agora de que as mutações estão afetando o curso da doença nas pessoas infectadas com a B.1.1.7 ou a eficácia das vacinas contra a covid-19 que estão em desenvolvimento. 

“As taxas de hospitalização aumentaram recentemente [no sudeste da Inglaterra], mas mais ou menos em linha com o aumento do número de casos, o que não aponta para a nova cepa levando a sintomas mais graves”, disse François Balloux, diretor do UCL Genetics Institute de Londres. 

“Ficaria muito surpreso se surgisse qualquer evidência de que ela cria sintomas mais graves”, disse Balloux. “Também não se trata de uma cepa capaz de fugir da proteção proporcionada pela imunização causada pelas atuais vacinas ou uma infecção anterior.” 

 

A cepa que agora está causando as maiores preocupações internacionais, além da B.1.1.7, é uma variante diferente detectada na África do Sul e chamada 501.V2. Salim Abdool Karim, que dirige o programa da covid-19 no país, disse na sexta-feira: “Não esperávamos a rapidez com que essa variante se tornou dominante na África do Sul... Estamos descobrindo que entre 80% e 90% dos vírus são essa mutação 501.V2”. 

Karim disse que a 501.V2 está aumentando a “carga viral” - a quantidade de vírus presente nos pacientes - “o que pode se traduzir em uma eficiência maior na transmissão”. Constatações preliminares no Reino Unido sugerem que a B.1.1.7 está tendo um efeito parecido. 

 

Fonte: Valor




Obrigado por comentar!
Erro!
Contato
+55 11 5561-6553
Av. Rouxinol, 84, cj. 92
Indianópolis - São Paulo/SP