Países impõem bloqueio ao Reino Unido para conter vírus
21/12/2020

Vários países da União Europeia (UE), como Alemanha, França, Itália, Bélgica, Áustria, Irlanda e Holanda decidiram impor um bloqueio aos viajantes do Reino Unido, após um grande aumento do número de novos contágios, causado em parte por uma nova cepa mais infecciosa do coronavírus. 

Alemanha, Itália e Holanda anunciaram ontem a proibição de voos provenientes do Reino Unido, enquanto que a Bélgica proibiu viagens aéreas e ferroviárias. A França disse que estava suspendendo a entrada de todos

A Alemanha, que detém a presidência rotativa da UE, convocou para hoje uma reunião de emergência do bloco para discutir uma resposta coordenada à nova mutação do coronavírus. 

Ontem à noite, a Itália anunciou que identificou um primeiro paciente testado positivo para a nova variante do vírus. O paciente e sua companheira retornaram do Reino Unido em um voo que aterrissou no aeroporto de Fiumicino, em Roma, poucos dias atrás. Eles estão isolados e têm de seguir - assim como outros membros da família e contados próximos - todos os procedimentos implementados, segundo disse o ministro da Saúde da Itália em comunicado. 

os passageiros provenientes do Reino Unido por qualquer meio de transporte. Jean-Baptiste Djebbari, ministro do Transporte, disse que a movimentação de bens provenientes do Reino Unido para a França também seria suspensa por 48 horas. 

 

A Irlanda impôs amplas restrições ao transporte aéreo e por barcos, de passageiros, e a Áustria disse que está preparando uma proibição total aos viajantes provenientes do Reino Unido. Suécia, Estônia e Lituânia seguiram o mesmo caminho na noite de ontem. 

A Eurostar, empresa que opera trens de alta-velocidade, disse que não poderia “circular trens entre Londres, Bruxelas e Amsterdã” a partir de hoje. 

A Espanha disse que vai reforçar as checagens em aeroportos e portos para assegurar que as pessoas vindas do Reino Unido apresentam testes PCR negativos, embora esses testes já sejam obrigatórios para todas as pessoas provenientes do Reino Unido. 

As iniciativas unilaterais provocaram pedidos para uma resposta mais coordenada da UE à situação no Reino Unido. O presidente da França, Emmanuel Macron, que está em isolamento fora de Paris, pois contraiu a covid-19, falou com a premiê alemã, Angela Merkel, e com os presidente da Comissão Europeia e Conselho Europeu, Ursula von der Leyen e Charles Michel, respectivamente. 

O Gabinete de Michel realizou ontem uma videconferência de emergência com autoridades europeias para discutir a situação. 

A disseminação da nova cepa no sudeste da Inglaterra levou o premiê britânico, Boris Johnson, a desistir de planos de relaxamento no distanciamento social por cinco dias no período do Natal. 

Com o alerta se espalhando pela Europa, Estados-membros começaram a restringir as viagens provenientes do Reino Unido. O governo alemão disse ontem que estava implementando um bloqueio “imediato e temporário” dos voos vindos do Reino Unido, “para proteger a população da Alemanha”. 

Jens Spahn, ministro da Saúde da Alemanha, disse: “Não é incomum vírus sofrerem mutações. Mas se essa mutação é mais infecciosa, como acreditamos ser o caso, isso muda muita coisa, é claro. E é por isso que é importante evitar que ela venha para a Alemanha, para a Europa continental”. 

 

O decreto de Berlim exclui a volta para casa de aviões e tripulações estacionados na Alemanha, além de aviões de transporte de carga e transporte postal, aviões vazios e voos com equipes médicas no interesse da saúde pública. 

A França anunciou a suspensão da entrada por todos os meios de transporte provenientes do Reino Unido por 48 horas desde a meia-noite de ontem. O premiê francês, Jean Castex, tuitou que a proibição de dois dias permitirá à França coordenar uma resposta comum com os parceiros da UE, esclarecer a situação da saúde no Reino Unido e encontrar uma solução para os cidadãos franceses que se encontram no Reino Unido. 

O bloqueio da Itália aos viajantes do Reino Unido entraria em vigor à meia-noite de ontem. Luigi Di Maio, ministro do Exterior, escreveu no Facebook: “Enquanto governo, temos a obrigação de proteger os italianos”. 

O premiê da Bélgica, Alexander de Croo, anunciou uma proibição aos voos provenientes do Reino Unido a partir da meia-noite de ontem. A Irlanda decidiu proibir a movimentação de aviões e barcos de transporte de passageiros provenientes do Reino Unido também desde a meia-noite de ontem, por um período inicial de dois dias. As travessias de balsas continuarão apenas para manter cadeias de fornecimento essenciais em funcionamento, disse o governo de Micheál Martin em um comunicado. 

Eamon Ryan, ministro do Transporte da Irlanda, disse: “Haverá pessoas que terão de ser repatriadas. Poderá haver pessoas em trânsito e outras circunstâncias excepcionais que teremos de resolver, mas não faremos isso numa base de voos regulares”. 

A Aer Lingus disse que continuaria operando voos da Irlanda para o Reino Unido para “facilitar a repatriação de clientes para o Reino Unido e aqueles com conexões de voo no Reino Unido”. 

O Ministério de Saúde da Áustria disse ontem que está se preparando para implementar uma proibição total a todos os viajantes provenientes do Reino Unido. Aqueles que entram no país vindos do Reino Unido já precisam ficar de quarentena por 14 dias. Até ontem a nova mutação do vírus não havia sido detectada no país. 

O governo espanhol disse que pediu a von der Leyen e Michel que coordenem uma resposta ampla da UE para “proteger os cidadãos da UE e evitar abordagens unilaterais”. Madri acrescentou que espera uma resposta ágil da UE, mas que na ausência dela, “agirá em defesa dos interesses e direitos dos cidadãos espanhóis”. 

A Holanda confirmou que detectou um caso da mesma cepa do vírus em sua população no começo de dezembro e agora está investigando isso. O ministro da Saúde da Noruega, Bent Hoie, disse que seu país está considerando a adoção de mais restrições a chegadas do Reino Unido. 

O aeroporto de Heathrow não tinha ontem um número de quantos voos foram cancelados, uma vez que a situação mudava rapidamente. “Como mais países estão anunciando proibições ao Reino Unido, o cenário vai mudar.” 

 

 
 

 

 

Fonte: Valor




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