São Paulo divulga dados sobre a Coronavac; veja o que se sabe sobre a vacina
23/12/2020

O governo de São Paulo apresenta nesta quarta-feira (23) os resultados da fase 3 dos testes clínicos da Coronavac, vacina contra o novo coronavírus produzido pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac.

No evento, o secretário de estado de Saúde, Jean Gorinchteyn, e o diretor do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas, devem revelar qual foi a eficácia atingida pelo imunizante nos testes finais e responder a perguntas de jornalistas sobre os planos de vacinação. 
 

O governo paulista havia prometido entregar os resultados da Coronavac na semana passada, mas optou por adiar esse prazo para ter em mãos não só o estudo completo da vacina, mas também a certificação do governo chinês.

Com a divulgação do índice de eficácia nos testes, a Coronavac ficará à frente da vacina da AstraZeneca, produzida em parceria com a Universidade de Oxford, que precisou passar por novos testes de efetividade. Dentre os imunizantes que já tiveram o registro concedido nos Estados Unidos, a concorrente Pfizer obteve 95% de eficácia nos testes, e da Moderna, ficou em 94,5%.

 

Depois de divulgar os dados na coletiva, o Butantan deve pedir o registro da vacina à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda nesta quarta (23).

Nesta semana, a Coronavac se tornou a primeira vacina contra o novo coronavírus a receber a Certificação de Boas Práticas de Fabricação (BPF) pela Anvisa. Os técnicos da agência brasileira visitaram o laboratório da Sinovac na China entre o fim de novembro e o começo de dezembro

Na mesma viagem, a equipe da Anvisa visitou o laboratório da AstraZeneca, mas o relatório ainda não foi publicado. A Moderna e a Pfizer entraram recentemente com pedido para obter o certificado.

O BPF para Insumo Farmacêutico Ativo Biológico é um dos pré-requisitos para que a agência conclua o registro das vacinas e autorize sua aplicação em larga escala no país. Também é necessária a conclusão da fase 3 dos estudos clínicos.

Milhões de doses

Tanto Dimas Covas, diretor do Butantan, quanto o governador João Doria (PSDB) afirmaram em mais de uma ocasião que o estado receberá, ao todo, 46 milhões de doses da Coronavac. Como a vacina é aplicada em duas doses, esse número seria suficiente para imunizar cerca de 23 milhões de pessoas.

Doria disse ainda que ao menos 4 milhões de doses serão doadas para que outros estados possam iniciar a imunização de seus profissionais da saúde.

No balanço mais recente, divulgado nesta semana, Doria afirmou que São Paulo receberá mais de 7,5 milhões de doses ainda neste ano. Se somadas às mais de 3 milhões que já chegaram ao Brasil, o estado terá 10,8 milhões de doses até o fim de 2020.

Além disso, o secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, já declarou que o Instituto Butantan terá a capacidade de produzir 1 milhão de doses da Coronavac por dia.

 

Como funciona?

O procedimento utilizado pela Coronavac consiste em injetar vírus inativados por agentes químicos ou físicos no organismo, fazendo com que o sistema imunológico identifique o invasor e produza defesas contra ele. 

Assim, quando o corpo entrar em contato com o vírus ativo, já estará preparado com os anticorpos de defesa. É como se a vacina mandasse uma "receita" de como se proteger para os sistemas do corpo.

Vacinas que são ministradas anualmente, como a da gripe, também usam esse método. O Butantan é o principal produtor desses imunizantes no Brasil.

Quando começa a vacinação?

Doria já afirmou publicamente que a vacinação no estado de São Paulo começará no dia 25 de janeiro. Mas, apesar da promessa do governador, a campanha só pode começar após a aprovação da CoronaVac junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O pedido para essa aprovação será será feito nesta quarta (23), conforme informado acima, depois da apresentação do grau de eficácia atingido nos estudos da fase 3.

O secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, havia afirmado à CNN que o estado mantém o objetivo de iniciar a vacinação da população paulista contra a Covid-19 já em janeiro, apesar da intenção de compra da Coronavac manifestada pelo governo federal.

“Temos que entender que não recebemos nenhuma informação quanto ao início da imunização [pelo Ministério da Saúde], que pode acontecer em março, abril. Nós precisamos vacinar. Esse vírus tem vindo de forma mais importante nas últimas semanas, comprometendo mais pessoas e ceifando mais vidas”, disse.

“Estaremos, aptos, prontos para entrar no Plano Nacional de Imunização (PNI), mas enquanto ele não se inicia, nós iniciaremos aqui em São Paulo, sim. Não podemos perder vidas, não podemos sobrecarregar nossas unidades hospitalares”, completou.

(Com informações de Luana Franzão, Matheus Prado e Karla Chaves, da CNN, em São Paulo)





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