A Sinovac Biotech afirmou que a baixa taxa de eficácia de 50,38% da Coronavac, no teste de estágio final no Brasil, se deve ao fato de os participantes do teste serem profissionais da saúde que enfrentam um alto risco de contrair covid-19.
Em contraste, vacinas ocidentais, como a desenvolvida em conjunto pela americana Pfizer e a alemã BioNTech, foram testadas entre voluntários, incluindo pessoas da população em geral, algumas das quais estavam menos expostas ao vírus no dia a dia.
A defesa foi feita pelo presidente-executivo da Sinovac, Yin Weidong, em entrevista coletiva em Pequim. Testes conduzidos no Brasil, Indonésia (65,3%) e Turquia (91%) divulgaram taxas de eficácia diferentes.
A divulgação brasileira levou Malásia e Cingapura, que haviam feito acordos com a Sinovac, a dizerem ontem que vão procurar mais dados sobre a eficácia da vacina antes de aprovarem as compras do produto.
A empresa, sediada em Pequim, disse em julho passado que seu ensaio de fase 3 no Brasil recrutaria cerca de 9 mil profissionais de saúde, trabalhando em instalações especializadas no combate à covid-19 em vários Estados. O ensaio foi posteriormente expandido e acabou recrutando mais de 13 mil pessoas, que foram divididas igualmente entre os grupos vacinados e os de placebo.
O Instituto Butantan, parceiro da Sinovac no Brasil, disse na semana passada que a vacina foi 78% eficaz na prevenção de casos leves e 100% contra infecções graves e moderadas. Mas a taxa geral, que também inclui casos que não requerem ajuda médica, é 50,38%.
O presidente da Indonésia, Joko Widodo, recebeu ontem a primeira dose do imunizante ao vivo na TV, em uma demonstração de confiança destinada a persuadir as pessoas a se vacinarem.
O lançamento da Sinovac na Indonésia será um teste crucial para a eficácia da vacina. O país vive o pior surto da doença no sudeste da Ásia e pretende vacinar 181,5 milhões de pessoas até março de 2022.