Vacina da Pfizer é eficaz contra variante da covid
21/01/2021
A vacina contra a covid-19 criada pela BioNTech e pela Pfizer provavelmente tem eficácia contra uma variante de rápida disseminação do vírus, descoberta primeiro no Reino Unido, segundo um estudo feito em laboratório divulgado pelas empresas. 

A variante, conhecida como B.1.1.7, tem um alto número de mutações, o que despertou preocupações de que poderia driblar as defesas imunológicas geradas pelas vacinas sendo aplicadas pelo mundo, das quais uma boa parte foi produzida pela BioNTech e Pfizer. 

 

Os analistas na sede da BioNTech, em Mainz, no entanto, descobriram que uma versão do vírus com todas as novas mutações foi neutralizada, em tubo de testes, pelos anticorpos no sangue de 16 pacientes que receberam a vacina nos ensaios clínicos prévios. Metade desses pacientes tem mais de 55 anos. 

No estudo, ainda por ser analisado pelos pares científicos, as empresas informaram que “biologicamente não [houve] diferença significativa na atividade de neutralização” entre os resultados nos testes de laboratório da nova variante e os das versões substitutas da cepa original do coronavírus, sequenciada na China em janeiro de 2020. 

Os autores, porém, alertaram para a “evolução em andamento da sars-cov-2”, que precisa de um “monitoramento contínuo da importância das mudanças para a manutenção da proteção das vacinas atualmente autorizadas”. 
 

O teste é o primeiro do tipo a ser concluído por uma grande empresa de vacinas, em meio à corrida das fabricantes para verificar se seus produtos mantêm a eficácia contra a nova variante. 

Em estudo em laboratório publicado neste mês, a Pfizer e pesquisadores da Universidade do Texas já haviam verificado preliminarmente o bom desempenho da vacina levando em conta uma das mutações mais preocupantes entre as diversas encontradas nessa variante, surgida no Reino Unido e na África do Sul. 

A Moderna e a Oxford/ AstraZeneca, ambas no processo de testar seus desenvolvimentos, informaram anteriormente que suas vacinas também devem servir de proteção contra a B.1.1.7. 

Um grupo de cientistas na África do Sul, contudo, alertou para a possibilidade de menor eficácia das vacinas contra a variante 501Y.V2, que vem provocando uma segunda onda de infecções de covid-19 no país, porque há uma mutação extra em uma parte essencial da proteína de formato pontiagudo que o vírus usa para entrar nas células humanas. 

Um estudo do soro de 44 sul-africanos, que previamente haviam se infectado com versões anteriores da sars-cov-2, concluiu que 90% não ficaram completamente protegidos contra a nova variante - e os anticorpos em metade deles não proviam proteção nenhuma. 

“Os anticorpos da vacina são diferentes [aos do soro] e podem ser impactados ou não”, disse Salim Abdool Karim, assessor-chefe do governo sul-africano para a pandemia da covid-19. “Ainda não temos evidência empírica se as vacinas são eficazes contra a variante 501Y.V2. Os estudos estão em andamento.” 

Mesmo se as vacinas funcionarem bem contra as atuais variantes, os fabricantes e agências reguladoras começam a preparar-se para mais mutações do vírus. 

Se as vacinas se tornarem significativamente menos eficazes, as empresas precisarão adaptar suas fórmulas e produzir novos lotes. Os pesquisadores da BioNTech disseram que ao contrário do caso das vacinas de longa data contra gripe, o ponto em que elas terão que ser ajustadas para combater qualquer nova variante ainda “não foi estabelecido para as vacinas contra a covid-19”. 

Anteriormente, a BioNTech havia divulgado ser capaz de ajustar sua vacina para enfrentar novas variantes em cerca de seis semanas. Cabe às agências reguladoras, porém, decidir que evidências exigirão para considerarem que um produto modificado é seguro e eficaz, assim como se haveria a necessidade de mais ensaios clínicos. 
 
 

Fonte: Valor




Obrigado por comentar!
Erro!
Contato
+55 11 5561-6553
Av. Rouxinol, 84, cj. 92
Indianópolis - São Paulo/SP