As tecnologias que vão invadir nossa vida em 2021
21/01/2021

Este ano, as tecnologias das quais mais provavelmente ouviremos falar não serão dispositivos extravagantes, como smartphones ou televisores de tela grande. Serão o que normalmente não vemos: software robusto e produtos de internet que têm seu momento agora.

Antes que o coronavírus transformasse nossa vida, as listas de tecnologia a ser monitoradas a cada ano eram frequentemente dominadas por aparelhos sensacionais como alto-falantes inteligentes e televisores curvos. Mas a pandemia nos levou a adotar uma tecnologia útil que muitas vezes era negligenciada. Os aplicativos que já foram considerados menores em nossos dispositivos de repente se tornaram ferramentas centrais.

Tomo como exemplo aplicativos de carteira móvel, tipo Apple Pay e Square. Embora já existam há anos, algumas pessoas ficaram presas aos cartões de crédito e ao dinheiro. Mas o medo renovado de germes finalmente nos forçou a usar os métodos de pagamento sem contato, presentes no celular, em vez de passar um cartão.

Há também a realidade aumentada. A tecnologia, que nos permite interagir com objetos digitais sobrepostos ao mundo físico, já está há mais de uma década em desenvolvimento. Durante anos, ela parecia mais futurista do que útil. Agora, porém, que não podemos ir a uma loja física com facilidade, tirar uma selfie para ver uma renderização digital de maquiagem em seu rosto com certeza parece uma boa ideia.

“Começamos a ver a necessidade de todas essas coisas durante a Covid. Pense em como a chamada de vídeo foi negligenciada por tanto tempo. Agora a usamos. Não é atraente, mas faz a diferença”, disse Carolina Milanesi, analista de tecnologia de consumo da Creative Strategies.

Com isso em mente, eis aqui quatro tendências tecnológicas que estão prestes a invadir nossa vida este ano.

1. Tecnologia que substitui lojas.

Você pode não ter notado na hora de uma compra on-line, mas a experiência está mudando.

Clicar na barra de navegação de um site para encontrar um item é meio ultrapassado. A barra de pesquisa que permite que você procure um produto específico é mais rápida. Em alguns casos, conversar com um bot pode ser ainda mais eficiente.

Os chatbots estão aí há anos. O Facebook tem oferecido ferramentas para os comerciantes fazerem bots que se envolvam com os clientes. Varejistas como a Amazon os usam para responder às perguntas dos clientes, e, quando os bots não conseguem ajudar, uma pessoa pode entrar para resolver a situação.

De acordo com Julie Ask, analista de tecnologia da Forrester Research, agora que visitar uma loja de varejo físico se tornou em grande parte impraticável na pandemia, podemos esperar que essa tecnologia de chat ganhe impulso: “Essa noção de estar on-line e pesquisar e clicar e usar uma janela de navegação é muito datada. O que vem depois disso? Grande parte do processo vai se dar por conversa, seja por texto ou por voz.”

Já existem muitos exemplos. Recentemente, eu quis comprar um par de sapatos na Beckett Simonon, marca de moda on-line, e perguntei a um funcionário, por meio de uma caixa de bate-papo, sobre o tamanho correto do calçado.

Ask disse que mais empresas também estão usando a realidade aumentada para ajudar com as compras on-line. A Jins Eyewear, que vende óculos com receita médica, permite que você tire uma foto do seu rosto para virtualmente experimentar modelos antes de decidir qual deles comprar. A Snap, empresa mãe do Snapchat, uniu-se a marcas de luxo como Gucci e Dior para oferecer um provador virtual.

A realidade aumentada está prestes a se tornar popular este ano, porque a tecnologia continua melhorando. Novos smartphones Apple e Android incluem sensores para detectar profundidade, o que possibilita que aplicativos de realidade aumentada coloquem objetos como móveis virtuais em espaços físicos.

Espere ver uma onda de novos anúncios que utilizam esse formato. Este ano, os anunciantes devem gastar cerca de US$ 2,4 bilhões em publicidade de realidade aumentada, um aumento de 71 por cento em relação ao US$ 1,4 bilhão do ano passado, de acordo com a empresa de pesquisa eMarketer.

2. O Wi-Fi está ficando mais inteligente.

Um problema de tecnologia doméstica que a pandemia sublinhou foi nossa conexão lenta e não confiável com a internet. No ano passado, à medida que as pessoas se isolavam para conter a propagação do coronavírus, a velocidade média da internet em todo o mundo diminuiu, em parte porque os provedores de banda larga foram sobrecarregados pelo aumento do tráfego.

Felizmente, a tecnologia Wi-Fi continua melhorando. Este ano, veremos uma onda de novos roteadores que incluem o Wi-Fi 6, um novo padrão de rede. Ao contrário das atualizações sem fio passadas, o Wi-Fi 6 não vai se concentrar na velocidade, mas sim na eficiência, compartilhando largura de banda com um grande número de dispositivos.

Eis o que isso significa. Digamos que sua família possui smartphones, vários computadores e um console de jogos. Se todos eles estiverem consumindo grandes quantidades de dados — para transmitir vídeo, por exemplo —, o Wi-Fi 6 faz um trabalho melhor na distribuição da largura de banda entre todos os dispositivos ao mesmo tempo, em vez de deixar que um deles se aproprie da maior parte.

A eficiência é especialmente importante porque há mais coisas conectadas à internet, de relógios a televisores, de balanças de banheiro a termostatos. Em média, o número de dispositivos conectados à internet usado por um indivíduo deve subir para cerca de quatro até 2023, contra dois em 2018, de acordo com uma pesquisa da Cisco.

3. Tecnologia que evita o contato.

O ano passado foi um momento de mudança para os pagamentos móveis. Por razões de segurança, mesmo aqueles que não abriam mão dos negócios em dinheiro começaram a aceitar pagamentos móveis.

No geral, 67 por cento dos varejistas americanos aceitam pagamento sem toque, contra 40 por cento em 2019, de acordo com uma pesquisa da Forrester.

Essa tecnologia não termina nas carteiras móveis. A chamada Ultra-Wide Band, tecnologia de rádio relativamente nova, também pode ter seu momento este ano. Esta usa ondas de rádio para detectar objetos com extrema precisão, mas não tem sido muito usada desde sua estreia em smartphones há cerca de dois anos. No entanto, a necessidade de experiências sem contato pode mudar isso, segundo Milanesi, da Creative Strategies.

Então, como a Ultra-Wide Band pode ser usada? Digamos que você tem um smartphone e uma cafeteria tem um tablet, e ambos são equipados com a tecnologia de rádio. Se você estiver em frente ao tablet, ele pode detectar seu telefone e aceitar seu pagamento (e não o da pessoa atrás de você na fila). A tecnologia também pode ser usada para permitir que funcionários entrem em um prédio e deem partida em um carro sem chave física.

4. Tecnologia que virtualiza trabalho e cuidado.

A pandemia deixou claro que experiências virtuais, como reuniões por vídeo e ioga no Zoom, são substitutos viáveis para a coisa real, quer você as suporte ou não. Em 2021, espera-se que mais produtos se ofereçam para digitalizar a forma como trabalhamos e permanecemos saudáveis.

Um exemplo: algumas empresas de tecnologia estão experimentando a recriação da sala de reuniões do escritório com realidade virtual.

O AltspaceVR da Microsoft, por exemplo, permite que você e seus colegas usem dispositivos para fazer reuniões em forma de holograma. A Oculus do Facebook, divisão de realidade virtual da rede social, divulgou que estava acelerando seu plano de levar essa tecnologia aos escritórios. Ela planeja casar seu mais recente dispositivo, o Oculus Quest 2, com um software pronto para os negócios, que ajuda as empresas a treinar funcionários e a colaborar, por cerca de US$ 800.

Com as academias fechadas, também estamos cada vez mais nos voltando para a tecnologia para manter nossa saúde.

No ano passado, a Amazon introduziu seu primeiro dispositivo de vestir para monitoramento de fitness, que inclui um software que escaneia sua gordura corporal. A Apple apresentou recentemente o Fitness+, que imita o Peloton, o serviço de vídeo que oferece instruções para exercícios em casa. Ask disse que essa tendência continuaria em outros aspectos da saúde, com aplicativos de vídeo que oferecem meditação guiada ou psicoterapia.

Como sempre acontece, algumas dessas tendências podem permanecer, enquanto outras talvez se esgotem. Todas precisam sobreviver ao teste da volta da vida ao “normal”.

“Comprar um Peloton, tapetes de ioga, relógios Apple – quanto desse comportamento é uma mudança permanente em comparação com um período de 12 a 24 meses, à medida que a pandemia vai passando? Os consumidores sempre serão o padrão do que é conveniente”, afirmou Ask.

Isso significa que os pagamentos digitais provavelmente vieram para ficar, porque economizam tempo. Mas, se voltarmos à academia, muitas de nossas compras de tecnologia relacionadas à saúde podem levar o comprador a se arrepender.

Fonte: Exame




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