EUA vão forçar empresas a produzir insumos médicos
22/01/2021

 O governo do presidente Joe Biden identificou um problema crítico de abastecimento de 12 itens necessários no combate da pandemia de covid-19 e prometeu usar poderes especiais de tempo de guerra para ajudar a resolvê-lo. Biden prometeu fazer do combate à covid-19 sua prioridade mais imediata como presidente. 

O presidente americano assinou ontem uma ordem executiva instruindo agências do governo a usarem a Lei de Produção de Defesa para aumentar o fornecimento de vários itens que incluem testes para detecção do coronavírus, máscaras de proteção N95 e seringas. A medida é uma das 10 ordens executivas em seu primeiro dia completo no cargo para combater a pandemia. 

 

“Identificamos a falta imediata de 12 suprimentos que são indispensáveis para a resposta à pandemia no momento, como as máscaras cirúrgicas N95, uniformes de isolamento, luvas de borracha sintética, hastes de algodão para testes, reagentes de testes, pontas de pipetas, máquinas adicionais de análises laboratoriais e mais”, disse Jeff Zients, coordenador da força-tarefa de Biden para o combate da pandemia. “Onde pudermos produzir mais, nós o faremos, onde tivermos que usar a Lei de Produção de Defesa para ajudar a produzir mais, o faremos.” 

Alcançar objetivos maiores de seu plano de governo - como mitigar a mudança climática, expandir o acesso à saúde e fazer uma reforma migratória - dependerá em grande parte do sucesso no combate à pandemia. Ontem Biden buscou administrar as expectativas e disse que levará “muitos meses para chegar onde precisamos”. 

“Estamos em um inverno sombrio”, disse Biden, alertando que a situação vai piorar antes de melhorar. Ele disse que o número de mortos por covid-19 nos EUA pode chegar a 500 mil no próximo mês. 

O vírus já matou mais de 400 mil pessoas nos EUA desde o começo da pandemia, e no momento pouco menos de 123 mil pessoas estão hospitalizadas, segundo o Covid Tracking Project. No primeiro dia de Biden no cargo, os EUA registraram mais de 4.400 fatalidades, novo recorde diário. 

A estratégia nacional de Biden anunciada ontem é parte de uma série de medidas para conter o vírus em seus primeiros 100 dias, incluindo vacinar 100 milhões de pessoas, estabelecer 100 centros de vacinação e reabrir a maioria das escolas até a oitava série. 

“Nossa estratégia é abrangente, baseada na ciência e não na política, baseada na verdade e não na negação”, afirmou sobre o plano de seu governo de 198 páginas. 

Na quarta-feira, durante seu discurso de posse, Biden alertou que os EUA estão entrando “naquele que poderá ser o período mais difícil e mortal do vírus”, com o país tentando aumentar a oferta de vacinas, ao mesmo tempo em que tenta controlar a disseminação de novas variantes do coronavírus. Em seguida, ele assinou ordem executiva exigindo o uso de máscara nos departamentos federais. 

Assessores de Biden criticaram o governo Trump por não cooperar totalmente durante a transição, deixando as novas autoridades inseguras quanto a informações básicas como o número de doses de vacinas que estão sendo mantidas em reserva. O governo anterior anunciou na semana passada que iria liberar todas as doses disponíveis, em vez de segurar algumas para garantir o fornecimento da segunda dose, mas posteriormente autoridades admitiram que as reservas já estavam em grande parte exauridas. 

A lista de ordens executivas assinadas ontem dá uma ideia clara de como o governo Biden enfrentará a pandemia nos próximos meses, incluindo o maior uso da Lei de Produção de Defesa. 

O ex-presidente Donald Trump vinha sendo criticado pela relutância em usar a Lei de Produção de Defesa, que foi aprovada em 1950 durante a Guerra da Coreia e permite ao governo forçar empresas a fabricar determinados produtos. 

Assessores de Biden não especificaram exatamente como o governo usará a lei, embora o aumento da produção de seringas deva ser prioritário. As chamadas seringas de baixo volume morte são necessárias para extrair seis doses completas de cada frasco da vacina produzida Pfizer / BioNTech, e sem elas a oferta de vacina provavelmente seria reduzida. 

 

 

Estados já disseram que estão ficando sem vacinas. Na quarta-feira, o governador de Nova York, Andrew Cuomo, afirmou que seu Estado tinha doses suficientes para apenas mais dois ou três dias. 

Biden também fará uma série de outras mudanças, como restabelecer os informes regulares à imprensa por uma equipe de cientistas do governo e financiar a produção de mais testes de covid-19. 

Anteriormente, Trump se disse decepcionado com o número de testes aplicados nos EUA, afirmando que um grau elevado de testagem levou a uma contagem de casos artificialmente elevada. (Com agências internacionais) 

 

Fonte: Valor




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