“Não acho correto vender vacina no setor privado enquanto estiver faltando na rede pública. Estamos vivendo uma pandemia, não podemos privilegiar quem pode pagar pela vacina.”
A opinião é do médico Sidney Klajner, presidente do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, voltado ao público de alta renda.
O médico lembra que para os programas de imunização terem bons resultados é necessário que entre 60% e 70% da população seja vacinada.
Caso contrário, o vírus encontra uma grande quantidade de pessoas aptas a serem contaminadas tornando mais fácil sua reprodução e mutação como já vem ocorrendo no Brasil e também em outros países.
Klajner acredita que, por volta da metade do ano, haverá uma boa oferta de vacinas no mercado e o setor privado poderá oferecer o imunizante, uma vez que há vários laboratórios trabalhando para desenvolver novas vacinas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), há 64 vacinas em desenvolvimento clínico (fases 1,2 ou 3) e mais 173 imunizantes em fase pré-clínica no mundo. Há ainda aquelas vacinas que já estão sendo adotadas em outros países como da Pfizer, Moderna, Sputnik, Covaxin, AstraZeneca e a Sinovac.
Já os imunizantes desenvolvidos pela AstraZeneca e a Sinovac conseguiram a permissão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o uso emergencial no Brasil.
Essas duas vacinas serão produzidas no país por meio de parcerias com a Bio-Manguinhos/Fiocruz e com o Instituto Butantan.
A capacidade de produção das instituições nacionais pode tornar o país autossuficiente na fabricação da vacina contra a covid-19.
O Butantan, por exemplo, estrutura uma fábrica para produzir 1 milhão de doses do imunizante por dia. Já a Fiocruz deve entregar este ano cerca de 210 milhões de doses.