Um ano de COVID-19 no Brasil
01/03/2021

O Brasil acaba de completar um ano do primeiro caso de COVID-19 a aterrissar em solo brasileiro. A pandemia do novo coronavírus gerou muitas incertezas, mas também avanços expressivos.

O saldo dramático no país é a marca de mais de 250 mil mortos. Até fevereiro de 2021, o Brasil é o país com o segundo maior número de óbitos. Os problemas de gestão da crise sanitária ainda não frearam o ritmo de transmissão da doença, ao contrário do que tem ocorrido com nações que avançaram nos programas de vacinação.

No entanto, os 12 meses de pandemia representam um período de grandes lições.

A Hospitalar perguntou a importantes figuras do setor de saúde, parceiras de longa data do evento, quais mudanças no setor vieram pra ficar com a onda da COVID-19. Listamos abaixo 5 pontos levantados pelos especialistas. Confira abaixo:

1. Telemedicina

“Sem sombra de dúvida, a telessaúde, embora não esteja totalmente implantada. Há duas dimensões: o intrasetor, para os hospitais e médicos, e, para a população, teleconsulta.  Ela viabiliza o melhor do atendimento primário. Mas não podemos esquecer que a responsabilidade e preferência sempre serão do médico para definir o melhor tipo de atendimento.”

Fernando Silveira Filho, presidente-executivo da ABIMED (Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde)

2. Trabalho em equipe

“O ano de 2020 foi extremamente desafiador, especialmente para a saúde. Nossa capacidade de atendimento foi levada ao limite, e os nossos profissionais à exaustão. Apesar de tantas perdas, no entanto, a pandemia tem nos ensinado muito. Entendemos quão importante é estar preparados para ampliar o cuidado. A união de esforços entre todos os elos da cadeia nunca se mostrou tão necessária e eficiente. A adesão à telemedicina, nesse sentido, foi fundamental, e esperamos que tenha vindo para ficar. Também vejo um grande avanço no cuidado com nossos colaboradores, tão essenciais para esta missão que é justamente cuidar de pessoas. E não posso deixar de destacar o aprendizado sobre trabalho em equipe. Digo isso especialmente como referência aos setores privado e público, que estreitaram ainda mais os laços nesse momento de crise em benefício da nossa população. Tudo isso é um legado que temos o dever de carregar.

 

Eduardo Amaro, presidente do Conselho de Administração da Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados)

3. Empoderamento do cidadão

“A pandemia deixará vários legados. O principal acho que é o empoderamento do cidadão. Hoje, as pessoas já valorizam mais a saúde e sabem como ela pode afetar a sua vida individualmente e em sociedade. As atuais gerações não tinham passado por algo semelhante e, em certo aspecto, inexistia a noção de como determinadas coisas mal geridas podem impactar a vida de todos nós.

Outro legado importante é a solidariedade e a interdependência, porque não adianta ser solidário se você não se sentir interdependente. Não adianta eu me cuidar para não ficar doente se a minha secretária fica e traz o vírus para dentro da minha casa, ou se eu fico doente e contamino o ambiente de trabalho.

Os avanços tecnológicos advindos na saúde durante a pandemia também merecem destaque. O que está sendo feito atualmente estava em debate há anos no país sem avanços, como telemedicina, atendimento remoto, inteligência artificial, pesquisas etc. Agora foi “esforço de guerra”. Por fim, o home office, que também era distante e inimaginável para algumas empresas. Claro que muitas relações de trabalho serão restabelecidas, assim como nem todas as consultas médicas poderão ser feitas remotamente, mas são legados que com maior ou menor intensidade devem ficar.”

 

Francisco Balestrin, presidente do SindHosp (Sindicato dos Hospitais,

Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo)

 4. Saúde corporativa

“A pandemia exigiu um olhar mais profundo para a Saúde Corporativa. Isso porque existia e, ainda existe, uma forte preocupação em manter todos os colaboradores saudáveis e seguros. Obviamente, não só pelo lado humano, mas também pelos danos que a escassez de mão de obra causa, em especial nas instituições de saúde e no caso dos profissionais que estavam na linha de frente do combate, poderiam causar. Foi preciso pensar em formas de deixar de ser reativo e investir em propostas educativas contínuas que estimulam a adoção de hábitos saudáveis entre os colaboradores.  Desta forma, uma lição que aprendemos é o quão necessário é fazer a gestão de dados sobre a saúde de seus colaboradores e o quanto é importante desenvolver programas de prevenção às doenças e de promoção à qualidade de vida de seus funcionários para minimizar os afastamentos e o absenteísmo.  Embora ninguém estivesse 100% preparado para lidar com a situação, as instituições que estavam mais maduras do ponto de vista de gestão e que rapidamente criaram seus comitês de crise conseguiram obter melhores resultados.”

Tania Machado, diretora da TM Jobs, fundadora do Business Club Healthcare e vice-presidente de Saúde Corporativa da ABPRH (Associação Brasileira de Profissionais de RH)

5. cuidados pessoais, intensificação de cuidados médicos e aceleração tecnológica

“Essa pandemia deixa como legado ensinamentos que, daqui em diante, farão parte do nosso cotidiano. O cuidado com a lavagem e higienização constante das mãos; o respeito ao cumprimento de protocolos médicos, sobretudo para evitar infecções; o necessário investimento em educação permanente para os profissionais, já que técnicos bem preparados ajudam a solucionar cenários imprevisíveis; bem como a acelerada incorporação tecnológica, sobretudo de softwares gerenciais no ambiente hospitalarTudo isso representa transformações sem volta para o setor”

 

Adelvânio Francisco Morato, presidente da FBH

(Federação Brasileira de Hospitais)





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