Fiocruz alerta que variantes mais novas do coronavírus podem ser resistentes à vacina
24/03/2021

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou nesta terça-feira comunicado com informações sobre estudo, de cientistas do grupo Rede Genômica Fiocruz, sobre evolução da covid-19 no Brasil. No levantamento, os pesquisadores identificaram importantes alterações, em casos no país, na estrutura da proteína Spike (S) do vírus Sars-CoV-2, que causa a doença. 
 

Na prática, os cientistas alertam que, com os indícios coletados até o momento, a contínua transmissão generalizada da doença no Brasil está gerando novas linhagens virais, que podem ser mais resistentes à neutralização do que as atuais variantes de covid-19 já mais disseminadas em território brasileiro. 

 

A proteína Spike é um dos principais alvos dos anticorpos neutralizantes produzidos pelo organismo para bloquear o vírus, lembrou a Fiocruz. No informe divulgado nesta terça sobre o estudo, a fundação informa que foram identificadas mutações em 11 sequências de amostras encontradas em cinco Estados: Amazonas, Bahia, Maranhão, Paraná e Rondônia. 
 

No estudo completo disponível em inglês na página da Fiocruz na internet, e assinado por 31 pesquisadores, os especialistas alertam que essas alterações detectadas pelos cientistas, e apresentados no estudo, indicam que a contínua transmissão generalizada do SARS-CoV-2 no Brasil gera "novas linhagens virais que podem ser mais resistentes à neutralização do que as variantes parentais preocupantes”. 
 

Também no estudo, nas conclusões do levantamento, os pesquisadores dizem ser “urgente” necessidade de se verificar eficácia de vacinas para variantes da doença. Os cientistas frisaram os riscos envolvidos na ausência de controle da transmissão do vírus, no país. 
 

Para os especialistas, o risco de transmissão comunitária não controlada contínua do SARS-CoV-2 no Brasil tem provocado "geração de variantes mais transmissíveis” de covid-19, afirmam os técnicos, no estudo. 
 

Em comunicado da Fiocruz sobre o tema, a virologista Paola Cristina Resende, e uma das autoras do estudo, pontuou que o coronavírus está continuamente se adaptando e, com isso, propiciando o surgimento de novas variantes de preocupação e de interesse com alterações na proteína Spike. 

 

A Rede Genômica Fiocruz é formada por grupo de pesquisadores que tem como foco atual o estudo do genoma do Sars-CoV-2, causador da covid-19, bem como acompanhamento de suas mutações genéticas. Esse grupo já identificou mais de 60 linhagens do novo coronavírus no país. 
 

No entanto, os especialistas dessa rede destacam o predomínio das linhagens B.1.1.33 e B.1.1.28, que apresentam circulação nacional desde março de 2020. A linhagem B.1.1.28 deu origem a duas linhagens que passaram a circular mais recentemente no país, a P.1 e a P.2, denominadas cientificamente de “variantes de preocupação”, ou variant of concern (VOC), na expressão em inglês. 

Fonte: Valor




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