Ao menos nove estados têm dificuldade para montar equipes de UTI
30/03/2021
O rápido agravamento da pandemia no Brasil pressiona hospitais, que já lidam com a insuficiência de leitos e escassez de remédios. O risco de um apagão de profissionais especializados também é um problema. No caótico ambiente hospitalar, gestores e entidades médicas de pelo menos nove estados — Bahia, Mato Grosso, Pará, Piauí, Rondônia, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e Tocantins — relatam falta de intensivistas, dificuldades no atendimento ou necessidade de abrir rodadas de processos seletivos para contratar temporários.
 

O Brasil tem 543.000 médicos, mas nem todos preparados para as demandas atuais. "O que precisamos é de profissionais treinados para internação sob cuidados intensivos", diz o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), César Eduardo Fernandes. "E também dos demais profissionais de saúde, porque não é qualquer médico ou técnico que pode trabalhar numa UTI. As equipes de enfermagem têm de ter treinamento para manejar máquinas modernas e os respiradores."

Em Santa Catarina, um dos estados com maior colapso, já foram 32 processos de contratação na crise sanitária. Mas parte dos inscritos não aparece após a convocação. "Cremos que as desistências se dão por receio de trabalhar na linha de frente ao combate à covid-19. Mesmo assim, não se considera um apagão de profissionais, pelo menos no âmbito das estruturas próprias da Secretaria Estadual da Saúde", diz o governo. O estado tem 2.600 profissionais a mais e na rede de hospitais filantrópicos, cerca de 2.500, em "ampliação sem precedentes".

Na Bahia, informações oficiais do governo mostram que a demanda ainda tem sido atendida, mas os dados já apontam "dificuldades" para achar profissionais. Em Salvador e região metropolitana, foram abertas cerca de 2.000 vagas este mês.

 

O Piauí admite que a dificuldade maior é a de encontrar médicos. Foram pelo menos dois processos seletivos em 2020 para médicos e demais áreas de enfermagem. A rede pública, diz o Estado, já teve 1.112 contratados e hoje são 1.004 em operação. No fim do ano passado, houve desligamentos por término de contrato ou pedidos de afastamento, alega o governo.

Fonte: Exame




Obrigado por comentar!
Erro!
Contato
+55 11 5561-6553
Av. Rouxinol, 84, cj. 92
Indianópolis - São Paulo/SP