Cerca de 65% dos hospitais privados do Estado de São Paulo registram uma ocupação de leitos de UTI entre 91% e 100%, afirmou na Live do Valor desta terça-feira Francisco Balestrin, presidente do SindHosp, entidade que representa instituições particulares do Estado.
A situação já foi pior, afirmou ele, mas a pressão sobre o sistema por causa da pandemia de covid-19 ainda é muito alta. Segundo Balestrin, 10% dos hospitais têm taxa de ocupação acima de 100%.
O dirigente observa que o aumento de internação de jovens nas UTIs é um dos responsáveis pela superlotação dessas unidades. Eles permanecem mais tempo internados, contribuindo para manter altas das taxas de ocupação. “O tempo médio de internação aumentou 30% com o afluxo de pacientes mais jovens”, afirma o presidente do SindHosp.
A situação dos insumos nos hospitais também é crítica. Um quarto dos hospitais têm oxigênio para menos de semana e 15% para uma semana. Quanto ao chamado kit intubação, 13% dos hospitais têm os medicamentos para até uma semana e 30% para até 10 dias.
O SindHosp tem feito pesquisas semanais entre cem instituições, das 400 que representa no Estado. Ainda segundo Balestrin, 80% dos hospitais citam escassez de profissionais especializado em UTIs por causa do grande aumento na demanda por atendimento.
Apesar do momento crítico da pandemia, Balestrin disse que não espera que o número de mortes diárias chegue a 5 mil como preveem alguns especialistas. “A vacinação, embora lenta, e as medidas de restrição à circulação podem mitigar o avanço da doença.”