Em uma nova operação para combater suspeitas de desvios na Saúde, a Polícia Federal (PF) cumpre 95 mandados de busca e apreensão e 60 de prisão em oito Estados.
A Operação “Reditus” apura o desvio de recursos públicos por meio da contratação de organizações sociais para gestão de hospitais públicos no Estado do Pará.
Segundo a PF, o objetivo da ação “é esclarecer fatos relacionados aos crimes de organização criminosa e lavagem de capitais apontados no decorrer das apurações.”
Cerca de 400 policiais federais, além de servidores da Receita Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) cumprem 95 mandados de busca e apreensão, 54 mandados de prisão temporária e seis mandados de prisão preventiva, autorizados pela 4ª Vara Federal Criminal, no Pará, São Paulo, Goiás, Ceará, Amazonas, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Mato Grosso.
Os contratos investigados ultrapassam R$ 1,2 bilhão, de acordo com a investigação, e envolvem quatro organizações sociais, cinco hospitais regionais e quatro hospitais de campanha montados para enfrentamento da pandemia do novo coronavírus.
De acordo com as investigações, o governo estadual efetuava repasses de verba às Organizações Sociais (OSs) contratadas e estas subcontratavam outras empresas para prestarem serviços nas unidades de saúde geridas pelo grupo criminoso, prática conhecida como “quarteirização”.
“Depois disso, os serviços subcontratados eram superfaturados ou nem sequer eram prestados, permitindo que a verba que deveria ser destinada à aquisição de bens ou serviços retornasse para os integrantes da organização criminosa por meio de um complexo esquema de lavagem de dinheiro”, afirma a PF.
Além dos mandados de busca e apreensão e prisão, foi determinada a suspensão das atividades de duas empresas suspeitas de serem utilizadas para lavagem de valores, o sequestro de bens móveis e imóveis pertencentes ao principal operador financeiro do esquema, avaliados em mais de R$ 150 milhões, segundo a PF, bem como o bloqueio de valores nas contas bancárias das pessoas físicas e jurídicas investigadas que, somados, podem alcançar mais de R$ 800 milhões.