Área de saúde fatura com demanda reprimida
29/04/2022

As franquias de saúde, beleza e bem-estar trabalham com a expectativa de um desempenho este ano que as faça superar as marcas de 2019. No ano passado, em comparação com 2020, elas registraram crescimento superior a 10% no faturamento e no número de unidades. O cenário é de otimismo para marcas do setor de saúde. Clínicas médicas, serviços odontológicos e vacinas acabaram se beneficiando da conscientização despertada pela covid-19. 

O segmento, que nem foi o mais afetado pela pandemia, está com uma demanda reprimida que pode impulsionar ainda mais as franquias da área nos próximos meses. Os desafios são manter o padrão de qualidade com incremento na qualificação de pessoal e nos controles de qualidade. 

“A área da saúde é totalmente sustentável”, diz Geílson Silveira, presidente da Docctor Med, franquia de clínicas médicas de multiespecialidades - consultório, laboratórios de análises, exames de imagem e odontologia - criada em 2013. No ano passado bateu recorde com 44 novos franqueados e crescimento de 40% no faturamento. Hoje, já são 80 franquias em 19 Estados brasileiros com expectativa de abrir mais cem este ano. 

“As franquias de saúde são a alternativa ao mercado dos planos de saúde cada vez mais caros”, afirma Steffano Polidoro, diretor-executivo da QuantumLife. A rede de tratamento ortomolecular e por ozonioterapia foi criada no ano passado, mas só se abriu ao mercado este ano. Por enquanto, são duas unidades - uma clínica de 600 m2 em Pinheiros, São Paulo, e outra em São José dos Campos -, mas outras duas devem abrir ainda no primeiro semestre e há negociações avançadas com dez interessados. 

 

A Royal Face, rede de franquias especializada em harmonização facial do segmento de saúde, beleza e bem-estar, lançada em novembro de 2018, encerrou 2021 com 160 unidades. A meta de faturamento anual foi superada, fechando em R$ 150 milhões. Os números positivos representam alta de 270% na receita frente a 2020. 

Para este ano, a previsão é chegar a 350 unidades comercializadas e receita superior a R$ 300 milhões com investimento de R$ 35 milhões para gerar 1.500 empregos diretos e 5.000 indiretos. “Antes, o mercado era muito concentrado no médico. Com as franquias se pode oferecer um produto A para um público C”, diz Rodrigo Borelli, presidente da rede. 

As redes de odontologia, que praticamente inauguraram o mercado de franquias no setor de saúde, também experimentam um processo de expansão. A Odontolatina, uma franquia de clínicas odontológicas multidisciplinares com ênfase em tratamentos estéticos, criada há mais de vinte anos, espera dobrar de tamanho este ano e chegar a 70 franqueados. Hoje são 41 no Brasil e dez no Paraguai. Em 2021, o crescimento do faturamento foi de 10% e o de unidades, 40%. O grupo se prepara agora para se tornar uma das cinco maiores e liderar a próxima tendência do setor: a fusão de marcas. “A expansão de uma franquia de odontologia exige de R$ 3 milhões a R$ 5 milhões, o que aponta para a sobrevivência apenas das gigantes”, afirma Faisal Ismail, presidente da Odontolatina. 

Uma das candidatas a disputar um lugar no afunilamento do mercado é a Oral Sin. Fundada em 2004, a maior rede de implantes dentários do país contabilizou aumento de 52% no faturamento em 2021 em relação a 2020, atingindo R$ 733 milhões. As franqueadas passaram de 316 para 452. Até o fim do ano, com investimento de R$ 150 milhões, espera chegar a 730 unidades e receita de mais de R$ 1 bilhão. “Muitas redes estão surgindo, mas não conseguem competir na nossa escala”, diz Luiz Teixeira, diretor da Oral Sin. 

“O segmento não sofreu com a pandemia”, afirma Artur Hipólito, sócio-diretor da Home Angels, rede referencial especializada em cuidados de pessoas supervisionadas. Criada em 2008, registrou crescimento de 15% no faturamento, ano passado, com R$ 105 milhões, mesmo sem expansão de unidades. Este ano há perspectiva de expansão com um projeto de cluster - uma unidade padrão com mais três ou quatro avançadas, como a da recém-inaugurada em Vitória que se estende a Vila Velha, Viana, Serra e Cariacica, no Espírito Santo. A expectativa é faturar de R$ 120 milhões com aumento de R$ 15% a 20% na receita. 

Fonte: Valor




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