Healthtech: tecnologia ajuda empresas de saúde a reduzir custos
25/05/2022

Você sabia que um dos principais problemas das organizações de Saúde brasileiras é o alto valor dos custos assistenciais? Quanto mais se gasta, menos se pode expandir e inovar seus serviços. Sem dúvidas, essa situação é um verdadeiro impasse para esses players; mas para as healthtechs, é um campo de oportunidades.

Pensando nisso, conversamos com o analista Emerson Souza Vieira, do Itaú BBA especializado em Saúde. Ele explicou  como está o cenário hoje e “deu pistas” das possibilidades de atuação das startups com foco em saúde.

Inovação ajuda a reduzir custos assistenciais

Área para atuação é o que não falta no segmento de saúde. Tanto é que ele pode ser quebrado em “caixas”, de acordo com Vieira. A primeira delas é onde estão os planos de saúde — geralmente importantes companhias que marcam presença na bolsa de valores, atraindo a atenção dos investidores. Outra é dos provedores da Saúde, como os hospitais e e as laboratórios de medicina diagnóstica. E uma terceira “caixa” é onde ficam as farmacêuticas que produzem os medicamentos.

Quando a gente abre cada uma delas, é possível encontrar oportunidades para as healthtechs em todas. Mas o tipo de inovação mais relevante é aquele que reduz os custos assistenciais em todos os níveis do mercado de saúde. Isso porque esse é um problema que compromete o crescimento do setor.

 “O Brasil tem uma dinâmica de envelhecimento populacional forte, com aumento de frequência no uso de serviços de saúde”, explicou o analista. Isso contribui para o aumento dos custos das empresas que oferecem serviços e para a insatisfação dos usuários — que, em muitos casos, não acabam sendo capazes de arcar com os preços cada vez mais altos dos planos de saúde.

Por mais que os preços dos planos de saúde estejam sendo pressionados para cima, até 2020 o número de beneficiários era de 47 milhões — algo em torno de  25% do mercado brasileiro, conforme dados divulgados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Produtos e serviços para cuidar da saúde são um dos itens mais desejados pela população, perdendo apenas para acesso à moradia e educação, segundo o analista.

Companhias de saúde inovam para ampliar acesso aos serviços

Mesmo com alguns problemas, já é possível ver players que tentam “nadar contra a corrente”, diminuindo os custos do usuário e oferecendo serviços completos de saúde. 

É o caso da operadora de planos de saúde Grupo NotreDame Intermédica (GNDI), que opera focada no Sul e Sudeste, oferecendo suporte em operações hospitalares, de diagnóstico e de saúde, um ecossistema completo para toda a jornada dos pacientes. “Com essa visão consolidada e verticalizada, há um controle maior de custos de saúde, oferecendo produtos mais baratos”, explicou Vieira.

A companhia dá acesso a uma saúde com pouco investimento. “Essa inovação é relevante, olhando o contexto atual, considerando a pressão de custos que existe na indústria”, ele pontuou.

 

Outro tipo de inovação é relacionada ao diagnóstico. Hoje, existem exames que tentam mapear características genéticas das pessoas para prever futuras doenças. Apesar de ser uma análise mais cara, healthtechs desenvolvem esse produto, que beneficia a redução de custos no setor.

Uma companhia que oferta exames diferenciados para prevenção é o Grupo Fleury — organização de medicina e saúde com 216 unidades espalhadas pelo Brasil. A empresa tem uma abordagem tecnológica para reduzir custos e acesso aos serviços de Saúde.

Jornada do paciente é o foco das soluções healthtech

As startups que se destacam no segmento healthtech são aquelas que investem em melhorias na jornada do paciente, gestão de processos e integração de dados; sobretudo, com intuito de atuar na prevenção de doenças e redução de desperdícios para contribuir na redução de custos do setor, que cresce em ritmo elevado e historicamente bem acima da inflação.

Sami Healthdata, plano de saúde com foco em Microempreendedores Individuais (MEIs) e Pessoas Jurídicas (PJ), é um exemplo. A startup, membro do nosso Cubo Health, hub dedicado a soluções de saúde, e atua em São Paulo, oferecendo seus serviços em hospitais, clínicas e laboratórios. 

Um dos grandes diferenciais dessa operadora é o foco na utilização de dados e a sua forte atuação na atenção primária de saúde e na utilização de médicos de família com uma rede mais restrita e alinhada de provedores de saúde 

Outro ponto em que as startups se destacam é a integração de dados. Esse é um problema da indústria, já que grande parte dos dados é fragmentada, dificultando melhorias tecnológicas. 

Uma companhia que já investe nessa área é a Dasa, que passou por um IPO recente, captando R$ 3,3 bilhões, de acordo com o site LexLatin. A empresa faz gestão de dados para tentar prever doenças e intervir na dinâmica de tratamento de um paciente ao oferecer cuidados coordenados. Segundo o especialista, é uma das que tem um dos sistemas mais completos e avançados em termos de tecnologia.

 

Healthtechs em crescimento

Os investidores gostam do setor de saúde porque as tendências de longo prazo são favoráveis. Outros fatores de característica macroeconômica e regulatória impactam o crescimento do setor de saúde, como a geração de empregos formais - a maior parcela dos beneficiários, cerca de 70%, está em planos corporativos, onde as empresas são as contratantes.

Atualmente, existem diversos fundos de venture capital interessados em investir nas  healthtechs, como é o caso do SoftBank. Apesar de levar o termo “banco” no nome, na verdade, a multinacional sediada em Tóquio atua no setor de telecomunicações e internet. Ultimamente, chama a atenção por investir pesado em empresas nascentes brasileiras de diversos segmentos do mercado.

Capital humano é fundamental para acelerar expansão

Dinheiro é o que não falta para estimular o crescimento das healthtechs. Mas é preciso investimento no capital humano para expandir o setor no Brasil. “Um fator que é necessário para acelerar a inovação, porém é mais difícil pois demanda tempo para formação profissional e possui oferta limitada no Brasil, é mão de obra qualificada em tecnologia”, avaliou o analista.

 

Fonte: Cubo




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