Saúde tem espaço para aquisições
14/06/2022
Embora o setor de saúde tenha sido palco frequente de fusões e aquisições realizadas por grandes grupos, ainda há espaço para consolidação, especialmente com foco na jornada do paciente. A afirmação foi feita ontem por Luciane Infanti, sócia e líder da consultoria EY-Parthenon para a América do Sul, durante a Live do Valor. 
 

“Em um universo de quase R$ 500 bilhões em saúde assistencial, o setor ainda não teve nem 20% de seu mercado consolidado”, disse Infanti. “Temos aí grandes oportunidades [de fusões e aquisições]”, completou. 

A mudança do olhar do setor, de um modelo baseado em eventos relacionados à doença, como cirurgias ou exames, para o acompanhamento da jornada do paciente, como foco em saúde primária e prevenção, é uma tendência que já vem sendo absorvida por grandes grupos, destacada por startups, e é ponto fundamental para a ampliação do acesso à saúde. 

“Os ecossistemas de saúde baseados em cuidado têm como princípio manter integrada a informação sobre o paciente, o que torna o cuidado mais rápido e mais assertivo”, disse. “Quanto antes consigo prevenir mais barato será o tratamento”. 

Infanti ressalta que o compartilhamento e a integração de dados de cada paciente serão essenciais para que o setor possa prever a demanda de cada pessoa, reduzindo o custo alto do modelo atual. “Temos que olhar pra isso em termos de sustentabilidade financeira para a saúde. Do jeito que as coisas estão, a cada movimento a gente gera um custo”, afirmou. 

 

A tecnologia é o fio condutor desse processo e a pandemia acelerou seu desenvolvimento. A necessidade do isolamento social forçou o desenvolvimento da telemedicina, até então vista com resistência por médicos e pacientes. 

Um levantamento feito pela EY mostra que, em algumas carteiras do setor de saúde privada, 78% dos pacientes fizeram ao menos uma teleconsulta ao longo da pandemia. Dentro desse grupo, 80% dos casos foram resolvidos na própria consulta por vídeo, 15% demandaram exames laboratoriais e somente 5% foram encaminhados a um pronto socorro. 

Ela considera que a regulamentação da teleconsulta pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), no mês passado, e o projeto de Unidade Básica de Saúde Digital, anunciado este mês pelo governo federal, são passos importantes nesse processo de digitalização. 

Fonte: Valor




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