Poucas empresas estão preparadas para realizar mudanças
12/11/2014 - por Letícia Arcoverde | De São Paulo

O atual ambiente de negócios exige mudanças constantes das organizações. Elas estão cientes disso, mas poucas se consideram preparadas para enfrentar o desafio. A constatação é de um estudo da IBM que investigou a percepção de empresas sobre a necessidade e a capacidade de mudar para se adaptar a novas demandas de mercado.

Com a participação de quase 1.400 profissionais responsáveis pelo desenvolvimento e implementação de mudanças dentro de suas organizações, a pesquisa aponta que apenas 20% das companhias se consideram bem-sucedidas ao administrar mudanças. O número diz respeito a empresas que encontram sucesso em pelo menos 75% dos projetos que representam algum tipo de transformação organizacional.

 

 

"Há uma enorme discrepância entre a magnitude das mudanças que as empresas estão vivendo e a habilidade que elas têm de conduzir esses processos", explica Eduardo Villela, líder em "analytics" para a consultoria da IBM Brasil e responsável pela pesquisa localmente. Os entrevistados são de 48 países, entre eles o Brasil.

Para Villela, os resultados também refletem bastante os desafios brasileiros. Em um momento em que produtividade e inovação são palavras de ordem dentro das empresas, a situação representa desperdício de energia e recursos. A desmotivação dos profissionais, fruto da percepção de que são incapazes de provocar transformações, costuma ser a consequência. Os números mostram também que a grande maioria (87%) acha que falta foco, investimento e dedicação à mudança nos projetos mais críticos. E há pouca perspectiva de que isso irá melhorar - pouco menos da metade dos respondentes acredita que sua empresa possui as habilidades para gerir mudanças no futuro.

As transformações que os profissionais consideram mais urgentes são voltadas a projetos para o mundo digital, com tecnologias de colaboração e análise de dados. No entanto, 74% dos profissionais dizem que os indivíduos nas suas empresas não estão preparados para se adaptar a um ambiente de trabalho com esse perfil.

O estudo também investigou os 20% das organizações bem-sucedidas na gestão de mudança e identificou três pontos que as diferenciam das demais. O primeiro é a capacidade de fomentar a liderança e identificar "agentes de mudança" em todos os níveis da hierarquia. "Essas empresas identificam pessoas 'apaixonadas pela mudança' e dão poder a elas, para que se tornem catalisadoras", diz Villela. Mas isso só é possível se a liderança oferecer apoio e criar um ambiente que dá importância para as transformações. "Tudo começa pela empresa reconhecer a necessidade de mudar e qual sua capacidade para fazer isso", diz.

O segundo ponto é tornar as transformações mensuráveis. "É preciso indicadores e métodos que mostrem esse movimento acontecendo internamente", diz. O terceiro ponto é a criação de carreiras, treinamentos e de uma metodologia específica para esse fim. É aqui que as áreas de recursos humanos podem contribuir, ao viabilizar as competências necessárias para esses processos. "A principal característica dessas organizações é que elas veem a mudança como algo contínuo. O normal, para elas, é mudar", diz.



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