Healthtech usa IA para reduzir sinistralidade de planos de saúde corporativos
14/11/2023

Planos de saúde caros nem sempre são os melhores. Ao menos é a partir dessa premissa que a healthtech Axenya desenvolveu um sistema que utiliza inteligência artificial e ciência de dados para encontrar o plano mais adequado para o perfil de funcionários de cada empresa.

A startup se vende como uma empresa capaz de substituir as corretoras tradicionais, mas não se posiciona como uma corretora de fato. “Nós fazemos coisas que elas não fazem”, diz o sócio da healthtech, Roberto Vianna.

Na essência, a startup, assim como qualquer corretora, faz o intermédio entre empresas e planos de saúde. A diferença é que, quando contratada, a Axenya usa seu sistema de inteligência artificial e machine learning, com base em dados como quantidade de obesos, hipertensos, grávidas e hábitos de saúde dos colaboradores, para definir o plano com melhor preço e estrutura de hospitais, pronto-socorro e atendimento especializado para aquele grupo de colaboradores.
 

O custo com planos de saúde costuma ser o segundo mais elevado dos setores de Recursos Humanos nas empresas. A proposta da Axenya é conseguir reduzi-lo com mais duas iniciativas também à base de inteligência de dados.

“Nós nascemos com o propósito de entender o problema de saúde na essência e poder reduzir aquilo que chamamos de risco-saúde”, explica o sócio da healthtech, Roberto Vianna. “Risco-saúde” são as perdas financeiras decorrentes de afastamentos de colaboradores por questões médicas. Para lidar com ele, a startup faz uma avaliação de saúde dos colaboradores e sugere alternativas de prevenção e cuidado para os grupos com maior risco.

Essa análise é feita por meio dos dados que colaboradores fornecem ao aplicativo da Axenya. Com base em questionários, leitura facial e associação a smartwatches, a empresa reúne dados como histórico familiar, hábitos, sinais de saúde e predisposição para condições médicas.

A principal sacada, no entanto, é prevenir que os funcionários demandem por atendimentos mais caros. Quando estimula o grupo de maior risco a fazer exames de rotina, atividades físicas e manter uma alimentação adequada, por exemplo, a Axenya está diminuindo a sinistralidade dos planos — isso é, a relação entre quanto a seguradora gasta com os segurados e quanto a empresa paga à operadora pelo plano.
 

Hoje, a sinistralidade média das grandes operadoras de seguros de saúde do país, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), está em 90,1%. Na carteira da Axenya, composta apenas por grandes operadoras, essa média é de 81%.

Com isso a empresa consegue chegar a valores de reajuste menores da sua carteira. No primeiro trimestre de 2023, por exemplo, o pedido de reajuste médio das seguradoras foi de 52,1%, enquanto a empresa negocia reajustes de, em média, 12,6%.

Como a ideia da empresa é reduzir o uso dos planos de saúde, a Axenya tem abordado seus clientes com uma possibilidade de contrato contra intuitivo: quanto menos se usa o plano, maior a taxa paga à healthtech.

A lógica é oposta à das corretoras tradicionais, que cobram um percentual pelo valor do contrato com o plano. Devido ao modelo de negócio oferecido pela Axenya, no entanto, a empresa contratante paga uma espécie de “prêmio” à startup pela diferença do que economizou. Normalmente, a companhia consegue reajustar seus planos a 50% da inflação médica — indicador de aumento dos planos de saúde.

Os planos de saúde convencionais passam por uma crise e muitas pessoas no setor apostam que o modelo das principais empresas do setor deva mudar nos próximos anos. Com dificuldades em repassar os custos de atendimento ao cliente, seguradoras têm enfrentado dificuldades de caixa e aumentado a pressão sobre a rede hospitalar.

Roberto Vianna, da Axenya, acredita que há uma tendência de que os planos passem a se tornar agregadores de serviços médicos que correspondam às necessidades de cada paciente. A healthtech espera nadar nessa onda, usando a inteligência de dados para definir prioridades para contratantes. “A Axenya está se preparando para poder ser integrador, esse elo que entenda a necessidade e quais são esses [serviços] agregados que fazem sentido para cada um.
 

Fonte: InfoMoney




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