Recredenciado para fazer transplantes hepáticos em setembro deste ano, o Hospital Moinhos de Vento realizou um novo procedimento no dia 19 de outubro. Com 65 anos, o paciente que recebeu o órgão teve alta nesta semana e passa bem.

Com uma doença hepática crônica descoberta apenas ao ingressar no serviço de Emergência do Moinhos, o homem precisou ser internado e listado para transplante com urgência. Como se tratava de um caso muito grave, a oferta do órgão via Central de Transplantes do Estado foi feita poucos dias depois.

Para avaliar o enxerto e fazer a sua captação, uma equipe do Hospital Moinhos de Vento se deslocou até o município do doador, no interior do Rio Grande do Sul. Enquanto isso, em Porto Alegre, paciente e bloco eram preparados para realizar o procedimento.

Após a chegada do órgão na capital, a equipe realizou a cirurgia, que teve duração de cerca de seis horas. “Ficamos muito felizes com o resultado. A evolução do paciente está muito satisfatória, com o enxerto funcionando normalmente”, diz o cirurgião Tomaz de Jesus Maria Grezzana Filho, que participou do procedimento.

Um marco no Moinhos

Fernando Herz Wolff, chefe do Serviço de Gastroenterologia e Cirurgia Digestiva da instituição, destaca o trabalho árduo realizado ao longo dos últimos anos para viabilizar o transplante hepático. “Esse procedimento é o mais complexo no tratamento de doenças do fígado e representa um marco na história do hospital. Ele exige a integração e maturidade de múltiplos setores, atuando de forma coordenada”, ressaltou.

A preparação envolveu a criação de uma equipe multidisciplinar altamente qualificada, composta por patologistas, radiologistas, oncologistas, cirurgiões, clínicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, assistente social, farmacêuticos, radioterapeutas e outros especialistas. Esses profissionais realizaram discussões regulares de casos clínicos para aperfeiçoar o cuidado aos pacientes com doenças hepáticas.

Belisa Marin Alves, coordenadora de Enfermagem do Programa de Transplante Hepático, destacou o papel do enfermeiro em todas as etapas do processo. “Nossa atuação vai desde o acompanhamento ambulatorial pré-listagem, seguida por indicação de listagem pela médica do programa até o acompanhamento e suporte para paciente e familiares no pós a alta. Integramos as diferentes linhas de cuidado e equipes multiprofissionais, articulamos os fluxos assistenciais/operacionais e supervisionamos a evolução de cada etapa, garantindo um atendimento seguro, qualificado e integral ao paciente”, explicou.

A equipe do transplante hepático do Hospital Moinhos de Vento contou com a participação dos cirurgiões Tomaz de Jesus Maria Grezzana Filho, William Foerster Silvano, Guillermo Kiss e Mario Henrique Mendes de Mattos Meine; do chefe do Serviço de Gastroenterologia, Fernando Herz Wolff; dos anestesistas Fernando Menezes e Victor Balzan da Rocha; do coordenador clínico de Alexandre de Araújo; das especialistas Amanda De Negri (gastroenterologista), Vitoria Machado (intensivista) e Adriana Ribeiro (nefrologista); da enfermeira clínica navegadora, Aline Bolzoni; e da coordenadora de enfermagem, Belisa Marin Alves. 

A iniciativa também recebeu apoio dos superintendentes Médico Luiz Antonio Nasi e Assistencial e Educação Vania Rohsig, da gerente médica, Juçara Maccari, e do gerente de enfermagem, Sidiclei Carvalho.

Com esse procedimento, o Hospital Moinhos de Vento reforça seu protagonismo na área de transplantes, somando o transplante de fígado aos já realizados na instituição – rins, medula óssea e tecidos musculoesqueléticos.