Em um estudo¹ publicado pela Journal of American Medical Association (JAMA) no final de 2024, é esperado um aumento de cerca de 76% no número de casos de câncer registrados até 2050, atingindo 35,3 milhões de pessoas. Atualmente, a imunoterapia é considerada uma das abordagens mais promissoras no tratamento de diversos tipos de dessa doença, incluindo alguns classificados como raros e/ou resistentes, como é o caso do câncer de endométrio – que registra cerca de 8 mil novos casos por ano no Brasil. Nesse tipo da doença, os resultados tendem a ser ainda mais expressivos em casos metastáticos ou recorrentes, quando as chances de cura são reduzidas consideravelmente.
De acordo com o dr. Luiz Henrique Araújo, oncologista do Hospital São Lucas Copacabana, que faz parte da Rede Americas, a imunoterapia tem como objetivo fortalecer o sistema imunológico do paciente e treiná-lo o suficiente para detectar e combater as células cancerígenas com mais facilidade e eficácia.
"No caso do câncer de endométrio, que costuma ser tratado com a indicação de retirada do tumor por meio de cirurgia, observamos um progresso expressivo no tratamento das pacientes quando incluímos a imunoterapia, seja de forma isolada ou em combinação com a quimioterapia. Ela é particularmente eficaz nos casos avançados da doença, que costuma ser agressiva e restringe muito a sobrevida da paciente caso não seja tratada da maneira correta", explica o dr. Luiz Henrique.
Outro benefício trazido pela imunoterapia é a carga menor de toxicidade no organismo e a redução dos efeitos colaterais vivenciados pelos pacientes em comparação com outros métodos, como a radioterapia e a quimioterapia.
Mulheres no período da pós-menopausa, que tenham sobrepeso ou obesidade, com diagnóstico de síndrome do ovário policístico e outros casos da doença na família têm mais chances de desenvolver o câncer de endométrio.
Outros fatores ligados ao estrogênio, como a realização de terapias de reposição hormonal, ter menstruado antes dos 12 anos ou não ter tido filhos, também podem influenciar o surgimento dessa condição.
"É importante estar atenta aos principais sintomas desse tipo de câncer, que incluem sangramento anormal entre os ciclos menstruais ou após a menopausa, dor na região da pelve e perda de peso sem motivo", detalha o oncologista.
De acordo com o dr. Thiago Borges, especialista em endometriose do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), que também faz parte da Rede Americas, a ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética da pelve são exames essenciais na investigação do câncer de endométrio.
"Depois de identificar sintomas compatíveis com essa neoplasia e realizar o exame físico com o ginecologista, é importante fazer o ultrassom para identificar o espessamento do endométrio e a necessidade de biopsia. Nos casos em que esse exame for inconclusivo ou quando já existe a confirmação da doença, a ressonância magnética é o método de escolha para avaliar a extensão da condição", explica o médico.
¹ https://jamanetwork.com/journals/jamanetworkopen/fullarticle/2825637