Moinhos de Vento economiza R$ 34 milhões com migração para o mercado livre de energia
26/05/2025

O mercado livre de energia vem ganhando espaço entre os hospitais por permitir negociações diretas com comercializadoras, o que garante preços mais atrativos e contratos mais flexíveis. Mas, quando se fala em um setor em que a energia é essencial para salvar vidas, qualquer mudança precisa ser bem pensada. 

Foi com esse pensamento que o Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS), decidiu apostar em um novo modelo de gestão energética. O case foi apresentado pelo superintendente administrativo da instituição, Evandro Moraes, durante a Hospitalar 2025, no estande Assuntos de Energia. 

Do cativo ao livre

Segundo Evandro, a jornada começou em 2014, quando o alto custo da energia chamou atenção da equipe de suprimentos. A solução parecia arriscada para a época: migrar do mercado cativo para o mercado livre de energia. O processo envolveu convencer desde engenheiros a membros da alta gestão de que a operação hospitalar não seria colocada em risco. O projeto foi aceito e a migração concluída em janeiro de 2016. Desde a implantação, o hospital já acumula uma economia de R$ 34 milhões. 

O hospital hoje combina diferentes fontes para garantir abastecimento eficiente, econômico e sustentável. Uma planta fotovoltaica instalada sobre o estacionamento dos colaboradores alimenta áreas administrativas e parte das operações assistenciais. “No primeiro ano, essa usina já reduziu nossa expectativa de retorno do investimento de oito para seis anos”, destacou. Toda a energia consumida no campus principal já é de origem renovável – seja adquirida com certificado internacional de energia limpa, seja gerada localmente. 

Descarbonização e novos investimentos 

Evandro detalhou ainda o projeto de transição da caldeira do hospital: antes movida a gás natural, agora será abastecida com energia elétrica — parte de um plano mais amplo de descarbonização. Além disso, o hospital pretende estender os benefícios do mercado livre a unidades administrativas fora do campus principal, ainda no mercado cativo. 

Cultura ESG na prática 

Mais do que uma iniciativa isolada, as decisões energéticas fazem parte de uma visão institucional. “A sustentabilidade ambiental está diretamente conectada ao nosso propósito”, afirmou Evandro. Segundo ele, sua equipe já atua com essa diretriz enraizada no cotidiano, buscando aliar impacto ambiental positivo a soluções economicamente viáveis. 

Sem grandes investimentos iniciais – só vontade de mudar 

Para quem lidera pequenos hospitais ou instituições em fase de abertura, Evandro reforça que migrar para o mercado livre não exige grandes investimentos. “É só querer. Renuncia-se ao contrato com a distribuidora, segue-se um processo regulatório, e em seis meses você pode negociar diretamente no mercado”, explica. Ele recomenda a ajuda de consultorias especializadas para quem não tem uma equipe técnica experiente. 

Outra indicação importante é verificar se o seu negócio possui uma demanda contratada mínima de 500 kW (quilowatts), requisito necessário para ingressar no mercado livre de energia. 





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