Diversas capitais brasileiras estão investindo em soluções tecnológicas para tornar o atendimento no SUS mais ágil e eficiente. Com a adoção de plataformas que integram sistemas, automatizam processos e facilitam o acesso a dados, cidades como Vitória (ES), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR) e Salvador (BA) têm conseguido reduzir o tempo de espera por exames e melhorar a jornada do paciente na rede pública.
Em Vitória, a integração de um sistema de medicina diagnóstica à rede municipal de saúde e à Rede Bem Estar, em 2023, permitiu avanços significativos. Atualmente, cerca de 22 mil pacientes são atendidos por mês, com 205 mil exames laboratoriais processados. O tempo médio de entrega dos resultados foi reduzido, beneficiando uma população de 340 mil pessoas em unidades como o Laboratório Central, três UPAs e 27 Unidades Básicas de Saúde.
“O fato de o sistema operar inteiramente em nuvem trouxe mais agilidade aos laudos e facilitou os controles epidemiológicos”, afirma Regina Terrão, coordenadora do Laboratório Central da capital capixaba.
Em Belo Horizonte, a implantação de um sistema de comunicação e armazenamento de imagens (PACS) e de uma Central de Laudos otimizou o fluxo de exames por imagem. Integradas ao SUS desde 2023, as soluções viabilizaram a realização de mais de 500 mil exames mensais em dois hospitais municipais, dez UPAs e três unidades de especialidades. A capital mineira atende uma população estimada em 2,4 milhões de pessoas.
Em Curitiba, a digitalização dos processos de radiologia acelerou diagnósticos e decisões clínicas, como a indicação de cirurgias ortopédicas. Um sistema adotado pela prefeitura conecta seis UPAs e o Hospital do Idoso, referência em urgência e trauma. Hoje, os exames feitos nas UPAs são enviados digitalmente à Central de Laudos, com resultados disponíveis em até 12 horas – antes, o prazo podia chegar a 72 horas. A capital paranaense atende cerca de 1,7 milhão de habitantes.
Salvador também está apostando na modernização. A prefeitura iniciou a implementação de uma solução de gestão laboratorial que conectará mais de 70 unidades de saúde. Com a digitalização da coleta à liberação dos resultados, a capital baiana espera reduzir em mais de 80% os custos com testes repetidos e aumentar em 65% a capacidade de atendimento.
As soluções mencionadas foram desenvolvidas pela healthtech Pixeon. Para Iomani Engelmann, diretor de Marketing e Comercial da empresa, os exemplos mostram o impacto concreto da digitalização nos serviços públicos: “A gestão inteligente de exames contribui para aumentar a rastreabilidade, a agilidade e a qualidade diagnóstica”, afirma.
Apesar dos avanços, especialistas destacam que muitos municípios brasileiros ainda enfrentam desafios relacionados à maturidade digital. Os casos citados, no entanto, apontam caminhos possíveis para ampliar o acesso, reduzir desigualdades e fortalecer a eficiência do SUS por meio da tecnologia.