Indicadores de gestão que todo profissional assistencial deve acompanhar
15/07/2025

No dia 14 de julho, celebramos o Dia do Gestor Hospitalar — uma data que vai muito além de homenagens. Trata-se de uma oportunidade para refletirmos sobre como a gestão e a assistência precisam caminhar lado a lado. Os desafios da saúde exigem respostas cada vez mais rápidas, integradas e baseadas em dados, é essencial que os profissionais assistenciais também se apropriem dos indicadores de gestão.

Historicamente, há uma divisão implícita entre “quem cuida” e “quem gerencia”. No entanto, essa separação já não se sustenta. A atuação do profissional da assistência — médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, entre outros — precisa considerar o impacto das decisões clínicas na eficiência dos processos, nos custos operacionais e, principalmente, nos desfechos assistenciais.

A importância dos indicadores de gestão

Indicadores são ferramentas de monitoramento e tomada de decisão. Eles permitem acompanhar a performance da instituição, além de identificar oportunidades de melhoria contínua. Quando utilizados de forma estratégica e colaborativa, tornam-se instrumentos poderosos para garantir mais segurança, qualidade e sustentabilidade.

A partir disso, penso em cinco indicadores mais relevantes para atuação assistencial:

1. Tempo médio de permanência (TMP)
Reflete a eficiência no cuidado e na recuperação do paciente. Um TMP elevado pode indicar processos ineficientes, infecções hospitalares ou falhas na alta hospitalar. O olhar assistencial é crucial para entender esses pontos.

2. Taxa de ocupação
Ajuda a mensurar a utilização da estrutura disponível. A equipe assistencial deve compreender a importância do equilíbrio entre ocupação e segurança do paciente, especialmente em unidades críticas.

3. Índice de readmissão
Indicador essencial de qualidade assistencial. Altas taxas podem revelar falhas no cuidado, na educação do paciente ou no acompanhamento pós-alta. O engajamento do time clínico é decisivo para reverter esse quadro.

4. Eventos adversos
Mais do que uma métrica de segurança, é um termômetro da cultura institucional. Profissionais que acompanham esse indicador entendem o impacto direto de sua conduta nos riscos e na prevenção de danos.

5. Satisfação do paciente
Embora muitas vezes visto como um dado do setor administrativo de instituição, a experiência do paciente está diretamente ligada à atuação clínica. Atitudes empáticas, clareza nas informações e resolutividade são fatores determinantes.

Profissional assistencial também é gestor

Assumir esse papel ampliado não significa abandonar a assistência, mas sim compreender o cuidado como parte de um sistema interdependente. Profissionais que conhecem e utilizam indicadores fortalecem sua atuação, dialogam melhor com as equipes de gestão e contribuem diretamente para a evolução do serviço.

transformação que buscamos na saúde passa por colaboração. E a colaboração depende de conhecimento, diálogo e alinhamento de metas. Por isso, neste Dia do Gestor Hospitalar, convido cada profissional da linha de frente a refletir: quais indicadores eu acompanho? E, mais importante, o que eu faço com essas informações?

Afinal, cuidar da saúde de uma instituição também é cuidar da saúde dos pacientes.

*José Branco é Presidente na Sociedade Médica de Oxigenoterapia Hiperbárica (OHB) do Brasil, faz parte da Direção Executiva do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP) e atua com o Diretor Técnico do Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH).





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