O Centro de Educação e Treinamento Edson Bueno (CETEB), no Rio de Janeiro, retomou, no mês de julho, os treinamentos para certificação em cirurgia robótica por meio das plataformas da Intuitive Surgical, com ênfase no robô Da Vinci Xi.
Projetado para ampliar a precisão e a segurança de cirurgias de alta complexidade, o Da Vinci Xi é operado por cirurgiões treinados, que precisam passar por uma formação técnica rigorosa antes de atuar com o sistema.
“A cirurgia robótica traz ganhos clínicos expressivos, como menor taxa de complicações intraoperatórias e redução significativa no tempo de internação e recuperação dos pacientes. A visão tridimensional ampliada e o acesso facilitado a áreas anatômicas complexas permitem incisões menores, o que reduz a perda sanguínea e garante maior precisão — especialmente em procedimentos oncológicos, urológicos e ginecológicos”, explica Armando Melani, diretor científico do CETEB e referência internacional em cirurgia robótica colorretal.
Para Kenneth Almeida, diretor executivo de Pesquisa e Educação da Rede Total Care, a retomada dos treinamentos representa um avanço importante para a qualificação médica na região. “Reativar a certificação em cirurgia robótica no CETEB com o sistema Da Vinci Xi é estratégico para o desenvolvimento de novos especialistas na América Latina, afirma.
De olho nas próximas fronteiras da cirurgia robótica, Melani e Almeida participaram, entre os dias 16 e 20 de julho, do congresso anual da Society of Robotic Surgery, realizado em Estrasburgo, na França. O encontro, considerado o mais relevante do setor, teve como destaque a discussão sobre telecirurgia — tecnologia ainda sem regulamentação internacional, mas apontada como chave para ampliar o acesso à medicina de qualidade em áreas remotas e desassistidas.
“A criação de um marco regulatório global para a telecirurgia foi um dos temas centrais do congresso. Trata-se de uma inovação que pode transformar a equidade no acesso à saúde”, destaca Melani, que em junho protagonizou um marco histórico: realizou a primeira cirurgia experimental remota entre Europa e Ásia, conectando França e Japão por meio de um robô cirúrgico desenvolvido no Japão.
Além da formação médica especializada, a Rede Total Care também reforça seu compromisso com a ciência ao ampliar a parceria com o Instituto Américas — organização independente e sem fins lucrativos, criada em 2008, com reconhecida atuação em pesquisa clínica e produção científica.
“Nosso objetivo é unir a ampla estrutura assistencial da Rede Total Care à expertise acadêmica do Instituto Américas para potencializar estudos clínicos, inovação tecnológica e práticas baseadas em evidências. Queremos que essa colaboração contribua efetivamente para o aperfeiçoamento de protocolos, incorporação de novas tecnologias e elevação contínua da qualidade do cuidado prestado aos pacientes”, conclui Almeida.