O Hospital Moinhos de Vento inaugurou em 20 de agosto o Centro de Referência em Mieloma Múltiplo do Brasil, desenvolvido com consultoria da Mayo Clinic. A unidade implementa um modelo assistencial baseado nos protocolos da instituição norte-americana, adaptados ao contexto brasileiro.
O projeto, estruturado ao longo de mais de um ano, visa oferecer uma jornada de cuidado integrada e padronizada para pacientes com mieloma múltiplo. A cerimônia de inauguração contou com a presença de representantes da Mayo Clinic, incluindo Ricardo Parrondo, da Divisão de Hematologia/Oncologia, Amy Hansen, Heather Zamuz e Kelsey Ackmann.
A hematologista Erica Ottoni, chefe do Serviço de Hematologia e Hemoterapia do Hospital, lidera a iniciativa que tem como objetivos principais promover o diagnóstico precoce e ampliar o acesso a terapias atualizadas. Segundo a especialista, por se tratar de uma doença de difícil identificação, é necessário desenvolver estratégias que favoreçam o reconhecimento precoce.
O mieloma múltiplo é um câncer que afeta a medula óssea e compromete as células responsáveis pela produção de anticorpos. Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) indicam que, entre 2018 e 2021, foram registradas 13.524 mortes pela doença no Brasil, representando aproximadamente 20% dos óbitos por cânceres hematológicos no país.
Os sintomas do mieloma múltiplo podem ser confundidos com outras condições, como a osteoporose, o que requer equipes capacitadas e processos definidos para garantir diagnóstico e tratamento adequados. Embora não tenha cura, a doença pode ser controlada, e os avanços terapêuticos têm contribuído para melhorias na qualidade de vida e sobrevida dos pacientes.
Durante a fase de implementação, profissionais do Hospital Moinhos de Vento estudaram o modelo de governança, os processos decisórios e as práticas assistenciais da Mayo Clinic para adaptá-los à realidade brasileira.
Mohamed Parrini, CEO do Hospital Moinhos de Vento, afirma que o centro representa um avanço na consolidação da instituição como referência em saúde no país, combinando a experiência local com o conhecimento internacional.
O hematologista Ricardo Menezes, que participa de um programa de Fellowship Internacional na Mayo Clinic, observa que o acompanhamento contínuo por equipes integradas pode proporcionar aumento significativo na sobrevida dos pacientes, citando casos em que houve extensão de três meses para até 17 anos.