Healthtech é um dos termos mais utilizados na cadeia de saúde atualmente, mas você sabe o que significa? As healthtechs são startups (empresas recém-criadas) que atuam na área da saúde utilizando tecnologia para solucionar os problemas do setor.
O mercado de healthtechs é um dos mais promissores do ecossistema de inovação. Segundo o Relatório do Distrito Healthtech Report 2023, as healthtechs receberam 1.4 bilhão de dólares em investimentos desde 2019 e hoje já são 1.381 no Brasil.
Essas empresas atuam em diversas frentes, como gestão, modernização de clínicas e hospitais, tecnologias avançadas em exames, consultórios inteligentes, melhora nos atendimentos, entre tantas outras áreas.
Empresas healthtech são empresas que utilizam tecnologia avançada para resolver problemas e melhorar os cuidados de saúde. O termo é uma combinação de “health” (saúde) e “technology” (tecnologia) e abrange uma ampla gama de inovações tecnológicas aplicadas ao setor da saúde.
Essas startups podem desenvolver soluções que vão desde dispositivos médicos, aplicativos móveis e plataformas de telemedicina até inteligência artificial, big data e genética.
Elas atuam em diversas áreas, como gestão hospitalar, modernização de clínicas, avanços em tecnologia de exames, consultórios inteligentes, e melhorias nos serviços de atendimento, entre outras.
Utilizam frequentemente inteligência artificial, análise de dados, internet das coisas, aprendizado de máquina, soluções mobile e computação em nuvem para impulsionar suas inovações.
A participação das healthtechs vem se mostrando imprescindível para a cadeia de saúde no Brasil e no mundo. Elas estão revolucionando a forma como o cuidado à saúde é gerido, trazendo uma série de benefícios que vão desde o aumento do engajamento dos pacientes até a redução de custos operacionais.
Durante a pandemia de COVID-19, por exemplo, as inovações trazidas por essas empresas foram essenciais para que as pessoas pudessem continuar seus tratamentos, mesmo diante da superlotação dos hospitais.
Telemedicina, monitoramento remoto de pacientes e plataformas digitais de saúde permitiram a continuidade dos cuidados de maneira segura e eficiente, evitando deslocamentos desnecessários e minimizando os riscos de contágio.
Essas tecnologias também se mostraram vitais para evitar a sobrecarga nas unidades de saúde, especialmente nas que atendem o Serviço Único de Saúde (SUS), aliviando a demanda e a superlotação do sistema de saúde público.
Além disso, as healthtechs também contribuem para a implementação de práticas mais sustentáveis no setor da saúde. Através da digitalização de processos, otimização de recursos e uso de inteligência artificial, é possível obter uma gestão mais eficaz e menos onerosa.
Ferramentas como prontuários eletrônicos, aplicativos de monitoramento de saúde e sistemas de agendamento online não só aumentam a eficiência operacional, mas também contribuem para um atendimento mais ágil e personalizado.
Mercado internacional de healthtechs
Segundo o Global Market Insights, as healthtechs devem valer 504 bilhões de dólares até 2025. Apesar do número impressionante, a expansão das startups de saúde começou na virada do século 21, sendo um mercado recente e muito lucrativo.
Hoje, 30 healthtechs já possuem capital acima de US$ 1 bilhão, sendo que mais de 20 estão na América do Norte. O destaque fica para Samumed, avaliada em US$ 12 bilhões, a Roivant, com US$ 7 bilhões, e a WeDoctor, com capital de US$ 5,5 bilhões.
O crescimento exponencial deste setor vem atraindo investidores de todas as partes do mundo. Os principais mercados, como Estados Unidos, Europa e Ásia, têm sido os maiores beneficiários desses investimentos, com startups de saúde surgindo em polos tecnológicos como o Vale do Silício, Londres e Tel Aviv.
Na América Latina, o Brasil desponta como principal hub de inovação em saúde. O país concentra quase 65% de todas as healthtechs da região — um reflexo da maturidade crescente do ecossistema digital em saúde no país.
No Brasil, a demanda por soluções ágeis e de baixo custo impulsiona o crescimento dessas startups. Já são mais de 1300 healthtechs em operação no nosso país, segundo o Relatório do Distrito Healthtech Report 2023.
O pico de investimentos do setor nacional aconteceu em 2021, impulsionado pela pandemia de Covid-19, foram US$ 552,6 milhões naquele ano.
A região Sudeste do Brasil é a que concentra a maior parte das healthtechs (60,6%), seguida pelo Sul (28,7%), Nordeste (7,8%) e Centro-Oeste (2,9%).
As principais áreas de atuação são gestão e prontuário eletrônico (25%), seguidas por acesso à informação (17,3%), marketplace (13,7%) e farmacêutica e diagnóstico (10,5%).
Embora o Brasil esteja alinhado com a tendência global, ainda há um caminho a percorrer em comparação com os líderes mundiais. A concentração de healthtechs em regiões específicas indica desigualdade no desenvolvimento tecnológico.
As healthtechs estão na linha de frente da transformação digital da saúde, impulsionando tecnologias que aumentam a eficiência dos serviços, melhoram o cuidado ao paciente e reduzem custos operacionais.
Entre os avanços mais significativos, destaca-se o uso da inteligência artificial (IA) para diagnósticos mais precisos e para a definição de tratamentos personalizados em doenças graves, como câncer e condições cardiovasculares.
A Internet das Coisas Médicas (IoMT) também vem ganhando espaço com dispositivos conectados que monitoram sinais vitais e condições clínicas em tempo real, permitindo ações preventivas e acompanhamento remoto.
Já o Robotic Process Automation (RPA) está sendo aplicado para automatizar tarefas repetitivas e administrativas, como autorizações, agendamentos e faturamento, liberando profissionais para atividades mais estratégicas e assistenciais.
Com essas inovações, as healthtechs não apenas otimizam processos, mas também contribuem para uma saúde mais preditiva, conectada e centrada no paciente.
Uma pesquisa feita pela Connext Health, hub global de curadoria e inovação em saúde, identificou as 10 healthtechs que apresentam mais potencial de crescimentos para os próximos anos. São elas:
Metade das healthtechs destacadas na pesquisa operam com inteligência artificial. Nesse segmento, encontram-se as empresas Tech2Heal (França), Sofya (Brasil), Braincheck (EUA), Mamotest (Argentina) e Melax Tech (EUA).
Outro setor identificado foi o de cuidados de saúde, com três startups selecionadas: Immertec (EUA), Bloom Care (Brasil) e Centivo (EUA).
A área de biotecnologia conta com uma empresa entre as top 10, a IND: In Diagnostics (EUA), e a área de dispositivos médicos também foi representada por uma healthtech, a Corveus Medical (EUA).
O mercado de healthtech está em evolução constante, impulsionado por avanços tecnológicos que incluem IA e machine learning.
Essas tecnologias estão possibilitando análises mais precisas de dados e personalização de tratamentos conforme as características individuais dos pacientes.
Uma das principais tendências do setor, a IA já está presente em cerca de 21% das healthtechs no Brasil, demonstrando a rapidez com que essa tecnologia vem sendo adotada para otimizar diagnósticos, tratamentos e gestão de serviços.
A telemedicina e a telessaúde emergiram também como tendência neste mercado e se tornaram soluções essenciais, especialmente durante a pandemia de COVID-19, facilitando consultas médicas remotas e permitindo o gerenciamento eficiente de tratamentos à distância.
A genômica e análise de big data estão em destaque por permitirem tratamentos mais eficazes e adaptados às necessidades individuais.
Outro assunto muito comentado é a segurança cibernética, que se tornou uma prioridade, com investimentos em soluções como blockchain para proteção de dados sensíveis.
Além de todas essas tendências, a interoperabilidade dos sistemas de saúde é um dos assuntos que mais vem ganhando atenção, já que é essencial para melhorar a coordenação entre diferentes plataformas e profissionais de saúde, garantindo uma prestação de cuidados integrada e eficaz.
As healthtechs são fundamentais para o avanço tecnológico e as melhorias na prestação dos serviços de saúde por todo o mundo.
Suas inovações permitem melhores opções de tratamento para os pacientes, ao mesmo tempo que reduzem custos e melhoram a administração das instituições médicas.